A cooperativa Batavo, com sede em Carambeí (Campos Gerais), decidiu ficar distante do milho transgênico Bt, pelo menos por enquanto. Anunciou aos produtores que não vai receber sementes geneticamente modificadas.
"Quem produzir vai ter que se virar, não vamos receber. A semente vai ter que ficar no armazém do produtor. Fizemos uma consulta e ainda não existem compradores para o milho geneticamente modificado", afirma o gerente geral da Batavo, Antonio Carlos Campos. Nesta safra, a cooperativa cultiva 44 mil hectares de milho 7 mil a mais que um ano atrás. O aumento da área de plantio está relacionado à produtividade alcançada no ciclo passado, que chegou a 9.900 quilos/ha.
A Batavo exige fidelidade de seus 510 cooperados na compra de insumos e na venda da produção. Os associados, no entanto, falam em adotar a tecnologia. "Chegamos a fazer quatro aplicações contra a lagarta aqui na região de Palmeira. Por causa desse custo, a adesão ao Bt vai ser igual à da soja transgênica", afirma o produtor Manoel Henrique Pereira. Ele planta só soja transgênica. Precursor do plantio direto, afirma que a semente reduz o uso de agrotóxicos com a substituição de um pacote de herbicidas pelo glifosato.
A cooperativa Agrária, de Entre Rios (Centro) também está preocupada com a interferência do Bt no mercado do milho convencional. Acionou seu departamento de pesquisa e vai conferir se os 100 metros de isolamento são suficientes para evitar contaminação, conta o diretor técnico, Arival Ribas Cramer Júnior.
A estrutura para recepção de Bt está sendo preparada. "O produtor planta o que dá maior rentabilidade", afirma o gerente da Agrária, Roberto Stadler. Em sua avaliação, o difícil isolamento vai "empurrar" o produtor para o milho Bt.



