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Questões mais complexas, que exigiriam a ida duas vezes à mesma propriedade, foram retiradas do questionário. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Questões mais complexas, que exigiriam a ida duas vezes à mesma propriedade, foram retiradas do questionário.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Uma redução de 72% na verba prevista inicialmente para a realização do Censo Agropecuário vai obrigar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a simplificar o levantamento. Se no fim de 2016 o Senado tinha aprovado R$ 1,825 bilhão para a sondagem, após cortes o total disponível para o trabalho será de R$ 505 milhões. Inicialmente, 82,2 mil recenseadores temporários seriam selecionados para trabalhar por três meses. Com o novo orçamento serão 26 mil funcionários contratados – também em caráter transitório. Eles vão aplicar questionários de 1º de outubro de 2017 a 28 de fevereiro de 2018 (cinco meses).

Conforme estimativas do IBGE, atualmente são 5,7 milhões de estabelecimentos agropecuários no Brasil. O órgão esclareceu, por meio da assessoria de imprensa, que pelo tamanho do país, o primeiro impacto na redução do número de recenseadores é logístico. Por isso foi tomada a decisão de aumentar o período de coleta de dados – de três para cinco meses. Com uma média de três visitas por dia para cada recenseador, a instituição estima que será possível cumprir minimamente com o trabalho de investigação.

Além disso, questões mais complexas, que exigiriam a ida duas vezes à mesma propriedade, foram retiradas do questionário. O IBGE não detalhou essas questões, mas garantiu que mantém os padrões internacionais adotados em seus indicadores. O instituto também reforça que as questões importantes investigadas no censo foram todas preservadas – embora admita que o nível de detalhamento será menor.

Diretor executivo do Assibge Sindicato Nacional – que representa os funcionários do IBGE –, Nelson Thomé Filho diz que a entidade de classe ainda apura a abrangência dessas mudanças. Em um primeiro momento, a leitura dele é de que alguns setores agropecuários serão mais prejudicados. “O quadro da pergunta, por exemplo, da agricultura familiar, não tem nenhuma pergunta mais. Mas a gente está buscando junto aos técnicos do IBGE mais informações para podermos nos posicionar com detalhes”, diz. “O questionário certamente vai ser menor, porque a verba não permite fazer um questionário nos moldes que foram montados pela equipe em 2015”, explica Filho.

Pesquisa anual por amostragem

Para tentar resolver nos próximos anos a questão do detalhamento, o instituto deve propor uma pesquisa anual amostral. Com o panorama do Censo Agropecuário, mesmo que simplificado, será possível estabelecer um universo de amostras que represente a agropecuária nacional. Assim, o IBGE pretende, a partir de 2019, aplicar formulários detalhados para ter dados mais detalhados da agropecuária.

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