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Demanda puxa alta das cotações em Chicago

Os contratos futuros do milho emplacaram ontem a segunda alta da semana na Bolsa de Chicago (CBOT) em meio a rumores de que a China estaria retomando as importações do cereal. Os papéis com vencimento em maio avançaram dez pontos e fecharam os negócios a US$ 3,465 por bushel (25,4 quilos), ou US$ 8,19 a saca. Na semana, o cereal acumula ligeira alta de 0,4% na CBOT."O milho certamente foi o grande destaque do dia em Chicago. Subiu bem e levou junto outros mercados, como a soja", afirma o analista Carlos Alexandre Gallas, da Intertrading. O primeiro contrato da oleaginosa encerrou os negócios com alta de oito pontos, a US$ 9,525 o bushel (27,2 quilos), ou US$ 21 a saca. Na semana, acumula alta de 1,2% na CBOT.

"Os mercados reagiram a rumores de que a China teria encomendado vários navios de milho da América do Sul e dos Estados Unidos e que teria pedido licença para importação de mais 2 milhões de toneladas do cereal norte-americano", relata Gallas. A informação não foi confirmada pelo USDA, o departamento de agricultura dos EUA, mas os boatos foram suficientes para puxar os preços, observa o analista.

No Brasil o mercado interno não acompanhou a alta na CBOT e as cotações da soja e do milho continuam descoladas do mercado internacional. No Paraná, o preço médio da oleaginosa recuou 0,10% ontem e o do cereal caiu 0,21%. Conforme a Secretaria Estadual da Agricul­tura e do Abastecimento (Seab), os produtores paranaenses receberam em média R$ 30,43 pela saca de soja e R$ 14,08 pela saca de milho.

Internamente, a escalada de preços é limitada pelo dólar, que caminha em direção oposta a Chicago. No Porto de Paranaguá, o impacto negativo do câmbio é amenizado pelos prêmios de exportações, que seguem positivos em plena boca de safra. Ontem, o mercado exportador do porto paranaense pagava pela soja para embarque em abril um prêmio de US$ 0,22 por bushel sobre o preço de Chicago, cerca de US$ 0,50 por saca.

"Os prêmios estão positivos por causa do baixo volume de fixação da safra neste ano. Com preços baixos, o produtor resiste em vender. A programação de navios é muito forte, mas as tradings estavam com dificuldade para originar soja", explica Gallas.

Alexandre Mendonça de Barros, analista da MB Asso­ciados, acrescenta que os valores positivos são uma resposta dos importadores à greve dos operadores portuários argentinos, mas que o fim das paralisações deve deixar os prêmios negativos a partir de agora. Segundo ele, a pressão da colheita é muito forte no Brasil e o retorno da Argentina ao mercado tende a intensificar ainda mais essa pressão.

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