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Diversificar para minimizar alta dos custos

O cafeicultor Aparecido Marega, de São Jorge do Patrocínio, no Noroeste do Paraná, relembra o ano de 1994 para reclamar do preço do grão. Naquele ano, ele vendia uma saca de café beneficiado para comprar, pelo mesmo valor, uma tonelada de adubo. Hoje, com a saca cotada em torno de R$ 230, o agricultor precisa de sete sacas do grão para comprar a mesma quantidade do insumo. Ele lembra ainda que no ano passado comprou adubo a R$ 890 e agora o produto está acima de R$ 1.600, uma alta de quase 80% em apenas um ano.

O problema é que o preço do café não acompanhou a alta dos adubos. Pelo contrário. O quilo do grão já chegou a R$ 4 no ano passado, mas caiu e atualmente está cotado em R$ 3,08, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab). O coordenador de café da Seab, Paulo Franzine, diz que a queda no preço do produto ocorreu por causa do câmbio e da safra cheia, mas afirma que há perspectivas de melhora na cotação do café para as próximas semanas.

O agricultor Pedro Strey, que tem 20 mil pés de café em sua chácara, em São Jorge do Patrocínio, diversificou a produção neste ano com o cultivo de dois hectares de banana-maçã. Da fruta tirou o sustento da família e agora diz que as 500 sacas de café são o lucro da chácara. Ele conta que pretente usar o dinheiro para investimentos na propriedade. Por isso, deixa o café guardado à espera do preço melhor. Segundo Franzine, é assim que devem agir os cafeicultores. Investir na melhora da produtividade e diversificar a produção para não ficar na dependência apenas do cafezal. "Quem age com planejamento não se aperta, mesmo nas pequenas propriedades rurais", comenta o técnico. (ON)

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