A previsão de melhor remuneração não significa, necessariamente, folga no orçamento do produtor. A rolagem de dívidas e o custeio da safra atual vão comprometer, se não integralmente, boa parte do resultado previsto com o aquecimento dos preços no mercado de milho e soja.
Somente no Paraná, apenas pela carteira do Banco do Brasil, foram renegociados R$ 2,8 bilhões em dívidas das duas últimas safras e contratados mais R$ 1,8 bilhão de custeio para o plantio 2006/07. O valor renegociado tem prazo de cinco anos, mas com parcelas a vencer já em 2007, quando também vencem os compromissos do custeio.
Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura (Faep), faz um alerta e diz que o produtor precisa tomar um certo cuidado nesse sentido. Ele lembra do período em que a soja foi a mais de R$ 50 a saca e muitos não venderam a safra esperando preço melhor, o que não aconteceu. A lição que ficou, explica Loyola, é que "o produtor precisa aproveitar as janelas de preço acima da média histórica para escoar sua produção".



