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perpectivas 2016

El Niño e crise elevam riscos para campo e a indústria

Clima reduz potencial da safra de grãos, enquanto problemas na economia afetam mercado de alimentos

Em dia de lama, agricultor aplica glifosato em lavoura gaúcha. Espera pelo sol atrasaria tarefa. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Em dia de lama, agricultor aplica glifosato em lavoura gaúcha. Espera pelo sol atrasaria tarefa. (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)

O agronegócio brasileiro deve ter em 2016 dificuldades que se equiparam às de 2015, quando a desvalorização do real ajudou a valorizar produtos exportados mas houve clara desaceleração na produção primária. O novo ano chega carregado de incertezas, embora prevaleçam previsões de aumento na renda bruta.

A expectativa é que a produção agrícola renda 3,7% mais que no último ano, conforme estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), somando R$ 329 bilhões. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2015 houve retração de 1,4% no Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola, para R$ 314 bilhões. O índice, puxado para baixo por recuo de 10% na cana-de-açúcar, não foi pior devido à soja e ao milho, que renderam 5% e 4% a mais, respectivamente, aponta o Mapa.

Os efeitos do El Niño em lavouras da metade norte do país podem levar a cortes na previsão da CNA. A redução das margens dos agricultores dificulta o desempenho de segmentos de serviços, comércio e indústria.

A pecuária, que arrecadou 2,26% mais em 2015 (R$ 177 bilhões) deve ter crescimento menor em 2016, de apenas 1%, conforme a CNA. As carnes devem ter mercado limitado, consideram os especialistas.

“Os consumidores continuarão substituindo os produtos mais sofisticados por similares mais baratos. O encolhimento do mercado interno é inevitável”, reforça o analista da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Eugênio Stefanelo.

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