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Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) | ANDRE RODRIGUES/ANDRE RODRIGUES
Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)| Foto: ANDRE RODRIGUES/ANDRE RODRIGUES

A primeira variedade de cana-de-açúcar geneticamente modificada, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), está prestes a ser lançada no mercado. Ela promete ser resistente a pragas, entre elas a broca. O mercado canavieiro estima que esse problema cause cerca de R$ 5 bilhões de prejuízos por ano ao setor, o que equivale a 5% do que o mercado movimenta conforme cálculo do CTC.

O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Em 2013 – dados mais recentes da FAO –, o país produziu 739 milhões de toneladas – mais que o dobro do segundo colocado, Índia, que produziu no mesmo ano 341 milhões de toneladas.

O diretor da área de melhoramento genético da CTC, William Burnquist, diz que a nova variedade vai simplificar o controle de pragas. Segundo ele, não será necessário fazer o uso de defensivos agrícolas, pois a nova cana-de-açúcar será resistente a pragas. “Na prática a variedade é 100% resistente a pragas. Como nas outras culturas, temos que tomar outras medidas para controle, como o manejo que acompanha essa variedade, a quantidade que você precisa plantar, o local. São necessários cuidados para que a resistência seja aproveitada ao máximo”, explica.

Burnquist cita que um dos benefícios indiretos à lavoura com a nova variedade é o menor trânsito de máquinas, o que compacta menos o solo. Isso também faz com que menos cana seja amassada com o tráfego de tratores. “Nós estimamos, com base em testes, uma melhora de 5% a 10% de aumento da produtividade”, diz o diretor. Nessa conta estão contabilizados os melhoramentos diretos e indiretos à lavoura com a nova variedade.

Sobre os royaltes, Burnquist diz que serão cobrados em cima da quantia produzida a mais nas lavouras. “Toda a nossa tecnologia nós compartilhamos o benefício com o produtor. Vamos calcular qual o ganho e vamos capturar um terço desse aumento na produtividade”, detalha. “Se essa variedade produz 12 toneladas de cana a mais do que produzia com variedades comuns, o valor de um terço, oito toneladas nesse caso, será referente aos royaltes”, exemplifica.

Trâmite

O CTC apresentou a nova variedade de cana à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) no ano passado. Ela precisa ainda ser submetida a análise antes de ser liberada ao mercado. A desenvolvedora da variedade precisa apresentar dados de que a planta não apresenta risco para saúde, segurança da saúde animal, da segurança humana e outras informações antes de chegar ao mercado. Caso seja aprovada, a previsão é que a planta esteja disponível no mercado em 2018.

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