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Apenas de milho, a colheita deve passar de 382 mi (t); agora, norte-americanos pretendem vender o cereal até para o Brasil. | Giovani Ferreira/Gazeta do Povo
Apenas de milho, a colheita deve passar de 382 mi (t); agora, norte-americanos pretendem vender o cereal até para o Brasil.| Foto: Giovani Ferreira/Gazeta do Povo

Os Estados Unidos colhem uma safra sem precedentes no agronegócio mundial e o mercado ainda não sabe exatamente o que fazer com tanto grão. São 500 milhões de toneladas apenas de milho e soja que, pouco a pouco, saem das lavouras norte-americanas, 50 mi t a mais do que em 2015. “Nós realmente temos um desafio com a demanda”, afirma Tricia Braid, porta-voz do Illinois Corn, a associação dos produtores de milho do estado.

Algumas saídas são vias de longo prazo, como o aumento da participação do etanol extraído do cereal no setor de combustíveis.

Em queda

Quanto mais a safra avança, mais as atenções se voltam para os preços, sobretudo no caso da soja, que aguarda a aposta sul-americana. Para especialistas, a queda parece inevitável, resta saber em qual proporção. Estimativas apontam que as cotações podem despencar em até US$ 1. Atualmente, o preço por bushel está acima de US$ 10.

Entretanto, com uma oferta tão grande, tempo é algo que norte-americanos não podem se dar ao luxo de perder. “O passo mais rápido é aumentar as exportações”, diz Phil Thornton, também do Illinois Corn. “Quem sabe para o Brasil”, brinca. E, se toda brincadeira tem um fundo de verdade, neste caso, mais ainda. A produção precisa ser escoada e, como o Brasil teve problemas com o cereal na última safra, aparecemos como um cliente a ser fisgado.

Por enquanto, os EUA se aproveitam da geografia: como estão no hemisfério norte e colhem primeiro, acabam concentrando a oferta. Até o momento, o país já comercializou 41% do milho e 61% da soja da temporada 2016/17, bem mais que no último ciclo, quando os preços estavam em baixa. “O setor de esmagamento está aquecido na China, por isso a demanda pela soja em grão está muito boa”, esclarece o economista da Bolsa de Chicago, Fred Seamon.

Contudo, a safra da América do Sul bate à porta: com mais 170 mi (t) da oleaginosa que devem ser despejadas no mercado nos próximos meses, os EUA, ao melhor estilo faroeste, atiram para todos os lados.

“Nós conseguimos aumentar um pouco as exportações, a produção de biodiesel e de carne”, pontua o diretor da Minnesota Soybean, Kim Nill. “Separadas, essas medidas podem não representar muito, mas juntas ajudam a melhorar o cenário”, frisa.

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