Parece até brincadeira de mau gosto, mas não é. A oferta de etanol, quem diria, não é mais suficiente para atender à demanda nacional. E assim devem continuar nos próximos anos, com o déficit aumentando a cada temporada. O Brasil pode até ter sido o pioneiro nesse mercado, mas não soube manter a liderança. Para evitar o desabastecimento, hoje está tendo que importar o biocombustível. E justamente dos Estados Unidos. O que faltou? Faltou planejamento. E ponto.
A bolha que está explodindo agora começou a ser inflada lá no começo da década. Sem investimentos de longo prazo, o boom vivido pelo setor até 2006, claro, não se sustentou. Tem remédio? Até tem, mas não imediato. É isso que mostra a matéria de capa do Caminhos do Campo de hoje.
E, se o etanol começa a fazer a balança do agronegócio pender para o lado negativo, é a soja sempre ela que sustenta o crescimento de setor. A edição desta terça-feira mostra também que a notícia do retorno do Paraguai a Paranaguá pode render bons negócios para o estado. Segundo estimativa do setor, economia paranaense pode engordar R$ 145 milhões depois que a soja produzida no país vizinho voltar a cruzar a fronteira.
A notícia é boa, mas, assim como no caso do etanol, exige planejamento. O setor alerta que o tiro pode acabar saindo pela culatra. Porto, estradas e armazéns já pra lá de congestionados podem não suportar a demanda extra e acabar pressionando os preços e os custos de produção do produtor paranaense. A largada está dada e , agora, literalmente, é pagar para ver.



