Os produtores de grãos da Bahia transformam suas próprias lavouras em campos experimentais na corrida para aumentar a produtividade. O gaúcho Renato Strassburger (foto), agricultor que atua em Luís Eduardo Magalhães (Oeste) desde 1996, resolveu incluir o feijão-caupi no sistema de rotação de culturas, que facilita o controle de pragas. Cultivares da Embrapa Meio-Norte estimulam a produção comercial do alimento, um dos mais consumidos pela população do Nordeste. Com 190 hectares de soja e 120 de milho, Strassburger dedica 10 hectares à leguminosa. Se o teste der certo, vai se tornar produtor de caupi de vez. O aperfeiçoamento do sistema produtivo tende a abrir mais espaço para o feijão, observa o agrônomo Robson Mafioletti, que acompanha a Expedição Safra na viagem pelo Centro-Norte, que começou na quinta-feira e segue até o próximo fim de semana.
Chuvas antecipadas e correria no campo
O início do plantio de soja e milho no Centro-Norte do país tradicionalmente é determinado pela chegada das chuvas, que neste ano surpreenderam os produtores. As precipitações de 14 de outubro deram permissão para que as plantadeiras entrassem no campo. Mas nem todas as fazendas estavam preparadas para a tarefa, o que provocou correria e espalhou o temor de que a umidade não fosse bem aproveitada. Em ano de La Niña, não se pode perder tempo, dizem os agricultores. A chuva que chega mais cedo que o normal pode faltar no fim do ciclo. Neste momento, a grande maioria dos produtores está com os trabalhos de campo em dia. O plantio ganha ritmo e define o tamanho da safra.
Tempestades para adiantar serviço
Não deve faltar umidade para o plantio de grãos da Bahia ao Tocantins no início desta semana. As previsões meteorológicas indicam que a nova fronteira brasileira da soja e do milho terá tempo nublado, no Oeste baiano, e tempestades esparsas, na região agrícola do Piauí, Maranhão e Tocantins. O clima quente e o solo arenoso permitem que as plantadeiras voltem ao campo poucas horas depois das chuvas. No Paraná, por exemplo, os produtores precisam esperar até dois dias, em regiões de solo argiloso.



