José Bodnar usa matraca para plantar a lavoura em declive: rotina antiga e solitária
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Mazur: aproveitamento prolongado da própria mão de obra
É da força dos braços e da agilidade das pernas que os pequenos produtores rurais de Prudentópolis, no Centro-Sul do Paraná, se valem para plantar e colher as safras de feijão preto. Cerca de 3 mil lavradores, que vivem principalmente ao norte do município, usam os mesmos tipos de ferramentas empregados por seus avós. E o resultado de seu suor coloca Prudentópolis entre os 10 maiores produtores de feijão do Brasil.
A terra dobrada, que atrai os pequenos produtores pelo preço mais baixo que o da área plana, impede a entrada de maquinário sofisticado. Onde a tecnologia não chega, a velha matraca – usada para semear o grão – é a aliada dos agricultores, que também fazem a colheita manualmente.
José Bodnar, 46 anos, planta feijão preto há décadas numa área de 12 hectares que fica na região de serra próxima à foz do Rio Ivaí. O trator só é usado numa porção de três hectares. No restante da área, que tem topografia acidentada, ele usa matraca. A queima do mato, que prepara a terra para o plantio, deixa restos de tocos na pirambeira. “É um tombo por dia”, resume Bodnar.