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Grãos ampliam faturamento

Apesar de a pecuária leiteira continuar sendo a base das cooperativas de origem holandesa no Paraná, ao longo das últimas décadas, os negócios foram diversificados, dando novas opções de renda aos associados. Os grãos – principalmente soja, mi­­­lho, trigo e feijão – representam hoje um quarto do faturamento das empresas.

Os números do Sistema Ocepar mostram que, em 2010, das 15 mi­­­lhões de toneladas de grãos produzidas pelas 50 cooperativas paranaenses do setor, o trio Batavo, Castrolandia e Capal foi responsável por 1,54 milhão de toneladas – ou seja, pouco mais de 10% da produção estadual.

O cultivo começou na década de 60, quando os investimentos dos produtores foram divididos entre a pecuária leiteira e a agricultura. A experiência começou com o arroz e, anos mais tarde, a expansão veio com a soja e o milho.

"A expansão da produção de grãos começou na Região Sul e depois se estendeu para o restante do país. A cooperativa aproveitou esse momento de transformação e os produtores se inseriram no processo", conta o presidente da Batavo, Renato Greidanus.

Em uma área agrícola de 135 mil hectares, a cooperativa de Carambeí produziu 800 mil toneladas de grãos em 2010, o equivalente a 0,5% da produção nacional – 160 milhões de toneladas.

A Castrolanda alcançou 400 mil toneladas de grãos nos 130 mil hectares cultivados pelos seus associados. Os ne­­­gócios neste segmento representam 25% do faturamento da cooperativa, pouco atrás do leite (28%). A Capal, por sua vez, produziu 340 mil toneladas de grãos.

Clima tropical

Os campos férteis e as cifras de hoje escondem as dificuldades que os imigrantes holandeses enfrentaram na agricultura no estado. Nas primeiras décadas, copiaram técnicas da Europa, onde, com o clima frio, é co­­­mum o uso de arado para expor o solo ao sol e permitir a germinação das sementes.

No Brasil, a diferença de terra e, principalmente, de clima em relação aos Países Baixos fizeram com que a aplicação do mesmo método degradasse o solo. "A erosão chegava a quase 400 toneladas de solo por hectare, quando a média no Brasil na agricultura convencional era de 30 toneladas de solo por hectare. A gente precisava arrumar outro esquema de produção", relembra o holandês Franke Dijktra, que chegou ao Brasil em 1947 aos cinco anos. Pioneiro do plantio direto na palha, ele ajudou a mostrar para o setor que essa tecnologia, que dispensa o revolvimento da terra, podia mudar a história dos campos arenosos não só em sua região. O sistema, adotado em mais da metade das lavouras brasileiras e em expansão, amplia a produção de grãos no Cerrado.

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