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Agricultura

Helicoverpa ainda preocupa produtores baianos

Lagarta que colaborou para afetar desempenho da safra de verão na região ainda não foi controlada

Defensivos autorizados para uso não estão dando conta de combater o inseto. | Hugo Harada / Gazeta Do Povo
Defensivos autorizados para uso não estão dando conta de combater o inseto. (Foto: Hugo Harada / Gazeta Do Povo)

O drama dos agricultores baianos com a lagarta Helicoverpa continua. Após o inseto ter devastado parcela significativa das lavouras de soja, milho e algodão no estado, ainda há impasse no combate a praga. Problemas na autorização para o uso do agrotóxico liberado emergencialmente pelo governo atrasam a resolução do problema.

De acordo com o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Julio César Busato, após atingir a safra de milho e soja no verão, os ataques prejudicam agora o cultivo do algodão. Ele relata que a soja deve render 38 sacas por hectare, o milho 125 sacas/ha e o algodão 230 arrobas/ha. Normalmente, complementa, a produtividade do trio no oeste baiano é de 55 sacas/ha na oleaginosa, 160 sacas/ha no cereal e 280 arrobas/ha, respectivamente.

Após o setor pedir a intervenção da Presidência da República para o problema, foi liberada a importação do princípio Benzoato de Emamectina para as pulverizações. Busato explica que o produto já foi comprado, mas um impasse entre o Ministério da Agricultura e o Ministério Público está impedindo as aplicações. "Eles vão ter que se acertar para que o agricultor possa utilizar o produto", argumenta. Cerca de 100 toneladas do defensivo estão no estado, com uma parcela localizada em regiões estratégicas para aplicação e outra parte retida no porto.

O vice-presidente da Aiba, Celestino Zanella, diz que cada dia de indefinição aumenta o prejuízo, o que reforça a pressa do setor em obter a liberação. "Se a liberação sair hoje, a gente aplica amanhã. Não é uma questão urgente, é urgentíssima", diz.

Além dos entraves burocráticos, existe impasse sobre qual espécie da lagarta tem sido a responsável pelo dano. Inicialmente os pesquisadores pensaram que se tratava da Helicoverpa zea, mas depois concuiu-se que a vilã era a Helicoverpa armigera. Agora, contudo, uma nova bateria de estudos aponta que há casos de ataque feito pelas duas. Um grupo de estudos que inclui a Embrapa e a Adab (Agência de Defesa Agropecuária Baiana) tenta dimensionar o problema e avaliar qual é a participação da dupla no problema.

Apesar dos prejuízos, Zanella diz que no longo prazo os efeitos do ataque serão benéficos. "Isso vai fazer com que a gente evolua no controle biológico", relata. Para a próxima safra será introduzido um programa que visa reduzir o impacto da praga. Destruição da pupa das lagartas, vazio sanitário, e um calendário de plantio estão entre as medidas que serão adotadas. Neste ano, estados como Mato Grosso e Paraná também registraram focos do inseto.

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