A safra de soja e milho de verão deve começar a ser plantada nesta semana no Paraná, sob expectativa de preços bem acima das médias históricas, que devem durar até o avanço da colheita, em fevereiro. Boa parte das lavouras do cereal acaba de entrar na janela do zoneamento agroclimático. A oleaginosa terá sinal verde a partir do dia 21. Embalados pelo ânimo do mercado, os produtores devem usar toda a área disponível.
O Agronegócio mostra na edição de hoje que os estoques reduzidos ajudam a desenhar esse cenário promissor. Boa parte da produção a ser colhida no ano que vem não irá para indústrias de óleo, farelo ou ração nem chegará às cadeias das carnes. Será simplesmente destinada à recomposição das reservas, que estão bem abaixo dos patamares considerados normais. Enquanto os estoques não forem recuperados, há fortes razões para os preços continuarem altos no mercado internacional.
Escassa, a soja confirma força para tirar área do milho e influenciar, via mercado, cadeias como a da canola. A reportagem ouviu o setor da "soja de inverno" e relata como vai essa alternativa de inverno, que teve expansão significativa nos últimos anos e ainda não atingiu seu potencial. Fonte de óleo de qualidade, a canola promete biodiesel tipo exportação e, cada vez mais, merece ser levada a serio. A preço de soja garantido em contrato, a safra atual promete rentabilidade também expressiva.
Com tantos pontos favoráveis, resta ao agronegócio torcer para que o El Niño garanta a umidade necessária para a produção agrícola. Por enquanto, estão garantidas apenas chuvas isoladas. As previsões meteorológicas, no entanto, são de que a frequência das precipitações vai aumentar nas próximas semanas, com tempo suficiente inclusive para o plantio antecipado, que concentra um terço da semeadura num intervado de dez a quinze dias.
