General Carneiro e Bituruna - Manejo eficiente e controle rigoroso de custos de produção fazem parte da receita que garante boa rentabilidade no cultivo de florestas. É com essa consciência que a silvicultura brasileira tem conseguido avançar rumo à sustentabilidade, embora ainda ocupe menos de 1% do território nacional. Para o presidente da Associação Paranaense das Empresas de Base Florestal (Apre), Gilson Geronasso, quando o caminho é bem percorrido, compensa. "Hoje, o retorno com o cultivo de eucalipto chega a R$ 12 mil por hectare em sete anos. Já o de pinus rende R$ 20 mil em 15 anos", revela.
Em busca de reconhecimento internacional e ganho de mercado, as empresas do setor têm se atentado cada vez mais ao cumprimento de normas que concedem certificação da madeira. "Não haverá mais espaço para quem não tiver plantio sustentável. Deixamos de ser uma atividade extrativista. É muito mais viável produzir madeira de rápido crescimento do que de mata nativa. O retorno financeiro para isso não compensa", avalia Alceu Gugelmin, presidente da Remasa, uma das mais antigas reflorestadoras do Sudeste paranaense, que recentemente aderiu ao compromisso internacional de certificação FSC (Conselho de Manejo Florestal).
O executivo acredita que para alcançar sucesso na atividade é preciso ter planejamento de longo prazo e fazer altos e constantes investimentos. "Quem trabalha no setor florestal tem de olhar para um horizonte mais amplo. Se cometer um erro, só descobre daqui sete anos. É uma safra é de 20 em 20 anos", pontua. Parece ser com esse olhar de futuro que Gugelmin tem administrado o seu negócio, que hoje compreende 17 mil hectares em 14 fazendas, sendo 8 mil hectares plantados com florestas e 9 mil hectares preservados com mata nativa.
Com crescimento anual de 500 hectares, o que demanda investimentos da ordem de R$ 2,5 milhões por ano, a Remasa emprega 200 pessoas 40 funcionários moram com suas famílias em casas construídas dentro da bela e gigante fazenda, em Bituruna.
Localizada em um dos maiores polos de laminados do Paraná, a fazenda conta com a mais alta tecnologia para cultivo de madeira. Possui rigoroso sistema de controle de incêndio e de comunicação entre os funcionários via rádio. Tudo para garantir que mais de 100 mil metros cúbicos sejam colhidos por ano. A maior parte (70%) fica no mercado local. Outros 20% vão para a indústria de papel e celulose e 10% são destinados à geração de energia.
Questionado sobre o futuro do mercado, Gugelmin se mostra otimista. "Se a renda dos brasileiros continuar crescendo, a tendência é que as pessoas queiram melhorar sua residência comprando móveis novos. As altas taxas de juros cobradas, por outro lado, podem frear o crescimento da nossa economia", analisa.
Dona de 4% do território da cidade, a Remasa expressa bem o significado que a silvicultura tem para diversos municípios paranaenses, que, como Bituruna, se desenvolveram economicamente com a expansão das florestas plantadas. "A silvicultura encontrou seu espaço e deve continuar crescendo sem competir com a área de soja e milho", conclui o presidente da Apre.



