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Depois de meses de notícias ruins, os fazendeiros americanos finalmente podem respirar um pouco mais aliviados. | ALBARI ROSA/Gazeta do Povo
Depois de meses de notícias ruins, os fazendeiros americanos finalmente podem respirar um pouco mais aliviados.| Foto: ALBARI ROSA/Gazeta do Povo

Depois de meses de notícias ruins, os fazendeiros americanos finalmente podem respirar um pouco mais aliviados. Os Estados Unidos finalmente conseguiram um acordo comercial com o Canadá e o México.

O acordo acontece justamente quando os produtores dos EUA estão colhendo safras imensas de milho e soja. As perspectivas de grandes estoques combinadas com as tensões comerciais, especialmente com a China, provocaram uma prolongada disputa pelos mercados agrícolas.

Ter os três países da América do Norte concordando com um acordo deram aos comerciantes e agricultores a garantia de que alguns fluxos de produtos agrícolas não serão interrompidos, particularmente para o México, um grande comprador de milho, soja, carne de porco e queijo dos EUA. “Esta é uma possível paralisação da narrativa comercial de baixa que a agricultura dos EUA tem visto”, disse Rich Nelson, estrategista-chefe da Allendale Inc.

Os EUA exportam cerca de um quarto de sua produção anual de carne suína, com o valor total de aproximadamente US$ 6,5 bilhões. O México é o maior comprador de carne suína americana em volume, incluindo uma grande porção de presunto, e o Canadá está em quarto lugar, segundo dados compilado pela US Meat Export Federation.

As ameaças comerciais surgiram quando o rebanho de suínos dos Estados Unidos atingiu um recorde, criando um excesso de carne que estava competindo com a crescente oferta de carne bovina e de aves. As notícias do novo pacto comercial norte-americano impulsionaram o mercado de futuros de suínos. O contrato de dezembro subiu 3,5%, o maior desde 14 de junho.

Com o novo acordo, o preço do milho estourou. O medo dos Estados Unidos era que o México, maior importador de insumos do vizinho, se voltasse para exportadores concorrentes, como o Brasil e a Argentina. Os futuros de milho para dezembro na Bolsa de Chicago aumentaram 2,7, o maior ganho desde 29 de março.

As exportações para o México cresceram significativamente desde o Acordo de Livre Comércio da América do Norte de 1994. O pacto original foi visto como um sucesso para a agricultura norte-americana, e muitos grupos agrícolas pressionaram o governo Trump para “não causar danos”, uma vez que renegociou o acordo. No ano passado, os EUA exportaram US$ 3,2 bilhões em milho para o México e o Canadá, de acordo com a Associação Nacional de Produtores de Milho. “Os mercados reagiram favoravelmente”, afirmou Tanner Ehmke, gerente da divisão de troca de conhecimento do banco agrícola CoBank ACB. “O principal aqui é que removemos o risco”.

O queijo era um dos produtos americanos alvo das retaliações impostas pelo México em junho. Naquele mês, o Rabobank International alertou que as tarifas poderiam levar a uma redução nos embarques e pesariam nos preços dos processadores. Os produtores de laticínios dos EUA contam com o México para comprar mais de um quarto de suas exportações de queijos.

Além de garantir ainda mais o comércio com o México, o novo acordo oferece maior acesso ao mercado de laticínios do Canadá, incluindo remessas de queijos sem impostos, segundo Dave Kurzawski, analista de laticínios da INTL FCStone, em um relatório.

O acordo “trará um fim a meses de negociações de roer as unhas logo antes das eleições de meio de mandato dos EUA”, disse Kurzawski. “As notícias parecem amigáveis para a indústria de laticínios dos EUA”. Os contratos futuros de queijo para entrega em outubro subiram até 1,3%.

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