As perdas climáticas registradas no milho, no trigo e em culturas como a banana reduziram a renda do agronegócio do Paraná na reta final do ciclo 2010/11, mas não comprometeram a temporada como um todo. O setor segue em expansão e luta para limitar efeitos das intempéries, com mais organização e garantias que possam manter o ânimo da produção na temporada 2011/12.
A edição de hoje do Caminhos do Campo mostra que, no caso do trigo, o problema das chuvas e das geadas poderia ser menos expressivo se fossem resolvidas antigas contradições da cadeia produtiva. Falta organização e política de preços que garantam renda ao produtor.
No milho, as históricas perdas do inverno são amenizadas pelos preços, mais de 50% acima dos praticados um ano atrás. A opção segue rentável e deve ter amplo espaço na safra de verão, que começa a ser plantada dentro de dois meses.
O momento é de planejamento e também de reflexões. Em outra reportagem, o caderno mostra que o 1.º Congresso Jurídico Internacional do Agronegócio vai debater pontos chave para a estruturação do setor. Tomando como referência a União Europeia, o Brasil ainda precisa sistematizar leis e estruturar um código de defesa da produção e da agroindustrialização.
Os debates que se estenderão à próxima semana vão além das reformas no Código Florestal. Concentram-se também na legislação que trata a atividade como uma rede de empresas, incluindo o produtor.
A estruturação e a expansão do agronegócio dependem de definições que envolvem da produção às relações do agropecuarista com o governo e o mercado. O estímulo vem da própria demanda cada vez maior por alimentos, bem como da busca por sustentatibilidade econômica, social e ambiental. E se traduz em investimentos, como o confirmado pela Cargill em Castro (Campos Gerais). O quadro converge para um caminho de muito trabalho, mas animador, para o setor e para a economia como um todo.


