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Soja geneticamente modificada ganhou confiança dos produtores e, após dez anos de liberada comercialmente, conquista 90% do terreno destinado à cultura | Jonathan Campos/ Gazeta Do Povo
Soja geneticamente modificada ganhou confiança dos produtores e, após dez anos de liberada comercialmente, conquista 90% do terreno destinado à cultura| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta Do Povo
  • Balanço positivo: Emerson Penachiotti, de Itambé (Norte do Paraná) espera definição de royalties da nova soja para apostar na segunda geração da tecnologia

Uma nova fase da biotecnologia nasce no Brasil nesta safra e por meio do mesmo produto que inaugurou o plantio de transgênicos no país há dez anos. Sementes de uma nova soja geneticamente modificada devem chegar ao mercado com o desafio de conquistar o campo. A variedade, desenvolvida pela norte-americana Monsanto, foi recentemente aprovada pela China, principal consumidor da soja brasileira. A oferta de sementes é limitada, conforme a indústria, mas a expectativa é de que, após os primeiros resultados, os produtores passem a apostar fortemente no cultivo da tecnologia.

A nova soja deve ocupar 10% do terreno total a ser destinado à cultura no ciclo 2013/14, que tem plantio programado a partir da segunda quinzena de setembro, conforme estimativas da Associação Brasileira de Sementes (Abrasem) e da própria empresa detentora da patente. “Provavelmente, só na safra 2015/16, depois que novas empresas passarem a multiplicar a tecnologia, será possível abastecer todo o mercado potencial”, afirma Narciso Barison Neto, presidente da Abrasem. Ele calcula que a Monsanto colocará à venda 2,8 milhões de sacas ainda nesta semana.

A perspectiva de adesão em massa do setor produtivo à variedade está baseada na promessa de ganhos turbinados em relação à primeira geração. Se na primeira fase, o grão apresentava resistência ao glifosato – herbicida que extermina ervas daninhas no campo –, na segunda, a tecnologia ainda promete resistência aos principais insetos que atacam as plantações.

Desafio

Balanço positivo: Emerson Penachiotti, de Itambé (Norte do Paraná) espera definição de royalties da nova soja para apostar na segunda geração da tecnologia

Além da oferta limitada de sementes, a inovação tem outros desafios até atingir índices semelhantes aos da primeira geração, que hoje domina cerca de 90% dos campos brasileiros, conforme levantamento da Expedição Safra Gazeta do Povo.  Entre os entraves à expansão da tecnologia está o manejo. A área de refúgio para tecnologia deve ser de pelo menos 20% da área total plantada com soja. Além disso, a distância máxima entre a área de refúgio e lavoura de soja transgênica deve ser de 800 metros, na mesma propriedade rural. Há indefinição do valor dos royalties sobre o uso da variedade. Em fevereiro, antes da aprovação chinesa, o valor divulgado pela Monsanto foi de R$ 115 por hectare. “Acredito que haverá valores abaixo dos anunciados anteriormente”, diz Barison. “Nós estamos compilando os dados para definir a política de mercado”, ressalta o diretor de Marketing da empresa, Leonardo Bastos. O valor cobrado pela semente antiga é de R$ 26/hectare.

Balanço

Entre benefícios e polêmicas, é fato que os transgênicos modificaram a agricultura brasileira na última década. “Além do ganho de produtividade e redução dos custos [menos aplicação de químicos], os transgênicos exigiram que as sementes convencionais também melhorassem para que continuassem no mercado”, avalia Alexandre Mittelstedt, agricultor em Ponta Grossa. “Se por um lado tem o aumento nos índices médios de produtividade e redução dos custos, do outro, tem a cobrança do royalty, que deve ficar mais pesada”, pondera o produtor Emerson Penachiotti, de Itambé (Norte do Paraná).

10% da área total é quanto a nova geração de sementes de soja geneticamente modificadas deve ocupar no Brasil na safra 2013/14, que começa a ser plantada no final de setembro no país.

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