Os estados brasileiros líderes na produção de grãos Paraná e Mato Grosso avançaram na colheita de soja e milho e chegaram a um ponto em que podem se sentir aliviados. A maior parte da safra 2010/11 escapou primeiro da seca e depois da chuva em excesso. No entanto, a expansão da produção em todo o país faz com que o resultado nacional dependa substancialmente também dos outros dez estados produtores.
Quebras como as registradas em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás podem não provocar rombos tão grandes nos números nacionais, mas forçam revisões nas projeções públicas e privadas. Dessa forma, o comportamento do clima nesta semana no Centro-Oeste será decisivo para a produção nacional.
O quadro é relativamente novo. Boa parte das regiões produtivas teve a área de plantio ampliada há um bom tempo, mas ganha importância com o crescimento contínuo da produtividade. Por um lado, isso traz mais oscilações nas estatísticas e, por outro, divide riscos, fator positivo num ano de La Niña.
Mesmo no Paraná, que alcança boa produtividade, houve perdas localizadas. No Rio Grande do Sul, as variações foram grandes mesmo entre agricultores vizinhos. Poucos estados podem se dar ao luxo de agradecer ao clima como Santa Catarina.
O Caminhos do Campo vem registrando toda essa variação ao longo do plantio e da colheita, com o trabalho da Expedição Safra Gazeta do Povo. O contraste mostrado hoje entre os dados referentes aos estados líderes em produção e as informações do Centro-Oeste não é novo. Vem aparecendo em cada edição. Mesmo assim, o setor produtivo ainda mantém a expectativa de que, no final das contas, parte das perdas seja compensada pelo rendimento acima da média alcançado nas lavouras excepcionalmente produtivas.



