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Seguro em nome da estabilidade

O seguro agrícola ainda sai caro no Brasil. Essa é a avaliação que predomina entre os produtores rurais, que sentem-se pressionados a reduzir custos todos os anos. As perdas frequentes acontecem em regiões de risco climático e o prêmio do seguro normalmente representa mais de 5% do valor necessário para o cultivo. No entanto, é justamente essa avaliação que tem levado o setor a altos e baixos na rentabilidade.

Depois de uma safra de quebra climática, o Sul do país recobra a consciência de que é necessário estruturar um sistema de seguro, com ampla adesão. Se a grande maioria dos produtores assinarem contrato, a tendência é que os prêmios fiquem mais baratos e a postura preventiva não signifique elevação significativa de despesas a cada produtor.

É necessária a participação de todas as regiões agrícolas do país, até para viabilizar as seguradoras. Quando uma zona produtora quebra, a outra pode garantir recursos para as indenizações sem que a rede do seguro rural entre em colapso.

O envolvimento crescente do governo, com a criação do Fundo de Catástrofe, também é imprescindível para que o sistema ganhe estabilidade. Esse fundo deve funcionar como um banco de socorro ao setor, defensor do princípio da precaução por essência.

A evolução do seguro agrícola exige tempo, mas a pressa é de todos. O Brasil não precisa gastar décadas estruturando um sistema que comprovadamente evita o acúmulo de dívidas nos Estados Unidos e na Europa. O caminho está dado e, num momento em que os contratos já estão saindo mais em conta do que o impacto do clima, passa a valer a máxima de que "o barato sai caro". Se cada elo do agronegócio fizer a sua parte, num prazo relativamente curto haverá opções menos onerosas de seguro, que permitam cobertura mais ampla às mais diversas cadeias produtivas.

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