A seca que durou quase 20 dias em Goiás tem preocupado os donos de canaviais do Sul do estado. As plantações de cana-de-açúcar estão entrando na fase inicial de corte e as temperaturas na região dificilmente ficam abaixo dos 30ºC durante o dia, o que eleva o risco de incêndio. Mesmo após um dia de chuva, os sentinelas fazem plantão em cabines, que se sustentam em torres de metal a mais de 20 metros de altura (foto) o equivalente a um prédio de seis andares. O monitoramento das áreas é realizado durante todo o dia. Em épocas de extrema seca e calor, homens se revezam no trabalho, que pode ser estendido por toda a madrugada.
Concorrência calçada no bolso
Os agricultores do Sul de Goiás se renderam à cana-de-açúcar nos últimos anos. O valor médio oferecido pelos usineiros para arrendamento chegou a ser três vezes maior do que o pago pelos produtores de grãos. De acordo com técnicos ouvidos pela Expedição Safra Gazeta do Povo, as usinas chegam a pagar o equivalente a 80 sacas de soja (R$ 3,5 mil) por hectare ao ano. Para arrendar um hectare e plantar grãos, porém, o locatário desembolsa menos de R$ 1 mil por hectare, valor que, ainda assim, está entre os mais altos do Brasil no segmento. O arrendamento, bastante comum entre os produtores americanos e argentinos, vem se tornando uma prática crescente no país. O encarecimento da renda, no entanto, reduz os lucros anuais de quem não detém áreas agrícolas mas é agricultor por profissão.



