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A tragédia no campo argentino está sustentando a alta da soja em Chicago neste ano. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
A tragédia no campo argentino está sustentando a alta da soja em Chicago neste ano.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A Argentina não vive os melhores dias no campo, como num tango trágico, os vizinhos vivem uma das piores secas da história. E o reflexo nas lavouras é devastador. No caso da soja, as estimativas de colheita que chegaram a 57 milhões de toneladas foram reduzidas para 47 milhões. No caso do milho, a redução foi de 42 milhões de t para 37 mi de t. No último ciclo, o país produziu 57,8 mi de t da oleaginosa e 41 mi de t do cereal. Se os números atuais forem confirmados será a pior safra em seis anos.

O La Niña – fenômeno climático caracterizado das temperaturas médias das águas do oceano Pacífico – é o principal responsável. No Brasil, o fenômeno provocou uma longa estiagem que atrasou um pouco o plantio nas principais regiões produtoras. No entanto, ao longo de estágio vegetativo da soja, choveu bastante, principalmente no Norte e Nordeste, onde continua chovendo. Na Argentina, parte do Rio Grande do Sul e Paraguai, o fenômeno está provocando a pior seca da última década.

Segundo o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Luiz Renato Lazinski, nos próximos dois meses, o fenômeno vai ser benéfico para os produtores do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso que vão contar com períodos sem chuva para colher, mas terão umidade. “No Rio Grande do Sul e na Argentina, a estiagem deve se agravar no fim de fevereiro e março”, diz.

A tragédia no campo argentino está sustentando a alta da soja em Chicago neste ano. Os contratos da soja em grão acumularam altas de 2,53% no mês, até o momento, e de 7,36% no ano. “O cenário para os preços é dependente das variações climáticas na Argentina, que não estão nada satisfatórias para o produtor do país”, diz o boletim diário da AgResource Mercosul.

E as notícias não são boas. “A umidade do solo continua em níveis críticos para o desenvolvimento saudável da planta. Ao contrário de 2017, quando chuvas expressivas tomaram conta do país, nesta época do ano. As regiões Central e do Leste argentino são as de maior preocupação”, informa o relatório.

Segundo o Escritório de Risco Agropecuário (ORA), do Ministério da Agricultura da Argentina, são esperadas apenas algumas chuvas localizadas para os próximos 15 dias, nada substancial. Nos últimos dias, por exemplo, cerca de 25% das áreas de soja e milho receberam volumes de 6,35 a 25,4 mm.

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