O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, confirmou na semana passada que deixa o cargo no início de abril do próximo ano para se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados. Atualmente na condição de parlamentar licenciado pelo PMDB do Paraná, ele vai disputar o seu sétimo mandato. Stephanes também não esconde o desejo de voltar a comandar a pasta em 2010. Se o candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer as eleições de 2010 o nome mais provável é o da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff , um acordo entre os governistas garantiria a permanência ou o retorno dos atuais ministros ao próximo governo.
Stephanes, que assumiu o ministério sem muito respaldo dos ruralistas, em março de 2007, hoje é visto como um grande aliado do setor produtivo, principalmente da chamada agricultura comercial. Depois de reduzir a taxa de juros do crédito rural de 8,75%, que vigorava há 10 anos, para 6,75%, o ministro saiu em defesa dos produtores em várias demandas que, muitas vezes, contrariavam outros ministros ou então o próprio presidente Lula. Entre os exemplos mais polêmicos estão o reajuste no índice de produtividade da reforma agrária e as mudanças no Código Florestal.
Outra bandeira de destaque foi a discussão sobre o marco legal dos fertilizantes, numa tentativa de reduzir a dependência externa, próxima de 80%. Mas foi na renegociação das dívidas rurais e nos programas de apoio à comercialização das safras em momentos de preços desfavoráveis que o ministro conquistou, de fato, a confiança da classe ruralista.
Na esfera política, entrou em rota de colisão com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que obrigou a intervenção do presidente Lula. O ministro também buscou dar maior projeção política ao Ministério da Agricultura, participando de discussões importantes do governo como nos assuntos de clima, no próprio Código Florestal e na reforma do setor de mineração.



