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Apesar da máxima “ninguém está imune a uma crise”, o campo e seus adjacentes parecem conseguir minimizar os efeitos da recessão econômica instalada no país, mostra a edição de hoje do caderno Agronegócio. As reportagens trazem informações, e exemplos, de diferentes setores da cadeia produtiva que mantêm o crescimento, planejamento e o investimento, mesmo com os percalços impostos pelo mercado e até pelo governo federal.

Prova deste descolamento da crise é a informação de que Mato Grosso e Paraná não planejam pedir leilões de milho safrinha junto ao governo federal, diferente dos anos anteriores, mesmo com a projeção de uma supersafra. É verdade que a cotação do cereal está menor em comparação com um ano atrás, e continua caindo. Porém, as vendas antecipadas, maiores em relação à temporada passada, e a alta produtividade, acima das 100 sacas por hectare, estão garantindo boas vendas, suficiente para pagar os custos de produção e ainda colocar algum dinheiro no bolso do produtor.

No campo do investimento, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) bateu o recorde de liberação de recurso no primeiro semestre. Mesmo antes de junho chegar ao fim, a entidade contabiliza R$ 800 milhões em pedidos este ano, quase o valor total do ano passado (R$ 930 milhões). Ou seja, os juros mais altos e o menor poder de compra da população por conta da inflação não foram suficientes para inibir as cooperativas, empresas privadas e produtores.

Do governo federal, que às vezes impõe alguns obstáculos ao agronegócio nacional, vem o Programa de Investimento em Logística (PIL). Muitas obras, demandas antigas do setor, ficaram de fora. Porém, outras previstas incluem estruturas e rotas importantes para o setor, como a licitação da BR-163 entre Sinop (MT) e Itaituba (PA) . Se sair do papel como prometido, o trecho irá facilitar o escoamento de soja e milho pelos portos do Arco-Norte.

Agora, o setor aguarda que o próximo bom vento seja o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar, marcado para a próxima segunda-feira. A expectativa é de mais recursos e juros condizentes com a realidade do pequeno produtor.

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