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Frans Borg, presidente da cooperativa Castrolanda, organizadora da exposição. | Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Frans Borg, presidente da cooperativa Castrolanda, organizadora da exposição.| Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo

Em um mercado competitivo e dinâmico como o do leite, a renovação tecnológica é condição à sustentabilidade do setor. Mas este é um processo longo, que começa na pesquisa, e que, para ter efeitos práticos, precisa chegar ao produtor. E é justamente para fazer esta ponte que a Agroleite leva a campo, há quinze anos, o que há de mais novo em tecnologia e inovação. Para Frans Borg, presidente da cooperativa Castrolanda, organizadora da exposição, com crise ou sem crise, o segredo do sucesso está na disseminação do conhecimento.

Desde sua primeira edição, a Agroleite preserva um perfil essencialmente técnico, uma programação focada na inovação e disseminação de novas tecnologias. Como o senhor vê essa troca de conhecimento?

O foco da Agroleite é a tecnologia e o conhecimento. A gente fica surpreso com a quantidade de novas tecnologias que aparecem na área, mas elas nem sempre chegam a todos os produtores. A missão da feira é ser uma ferramenta para que todos os elos da cadeia produtiva se comuniquem entre si, para disseminar este conhecimento. A feira é uma vitrine.

Outra necessidade do mercado de lácteos é a gestão do negócio. Como os produtores da região buscam esse conhecimento?

A maior dificuldade é a profissionalização do produtor. A nossa região já mudou muito em relação a isso, mas no Brasil cerca de 80% dos produtores ainda produzem de forma antiquada, estão há 50 anos estão no mesmo processo. São sistemas que familiarmente ainda são viáveis, porque a necessidade do produtor é mínima. Por outro lado, existem produtores que buscam rentabilidade melhor. E, para isso, precisam ser mais eficientes no que se propõe a fazer. Na nossa região, em média, se utiliza o hectare de terra dez vezes mais intensivamente do que na média do país. As cooperativas têm um papel importante neste processo, pois investem em pesquisa e desenvolvimento. Através da Fundação ABC, buscam tecnologia no mundo inteiro para aplicar na região. E uma das ferramentas para isso é a feira.

A formação de condomínios é uma forma de viabilizar esses sistemas de produção familiares que o senhor citou?

Muitas vezes, individualmente, o produtor não consegue ter escala. Então, uma das formas de diminuir o custo do investimento e ser mais eficiente é o condomínio. Grande parte dos produtores não consegue enxergar isso, porque quer ter seu próprio negócio. Mas a gente procura incentivar. Hoje o produtor de leite tem que plantar pastos, milho, forrageira, tem que tratar o gado, tirar o leite, cuidar da limpeza... Então eles têm muita atividade. A ideia é fazer com que eles se especializem, assim conseguem ser mais eficientes.

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