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Plantio direto se aprende na escola

Em licitação, Centro de Excelência vai funcionar como uma sala de aula do Plantio Direto na Palha (PDP), sistema adotado em 35 milhões de hectares no Brasil

O produtor Manoel Henrique Pereira mantém acervo histórico em sua fazenda | Henry Milla©o/gazeta Do Povo
O produtor Manoel Henrique Pereira mantém acervo histórico em sua fazenda (Foto: Henry Milla©o/gazeta Do Povo)

A região dos Campos Gerais foi a pioneira no plantio direto na palha há quatro décadas. Agora, inova com a criação do Centro de Excelência em Plantio Direto. Ele será construído na Fazenda Escola Capão da Onça, ligada à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Além de difundir as técnicas dessa modalidade, o Centro irá pesquisar as novas tecnologias ligadas ao plantio direto.

O Centro nasceu de uma conversa entre o agricultor Manoel Henrique Pereira (Nonô Pereira) e o professor João Carlos de Moraes Sá, do curso de Agronomia da UEPG, ainda em 2010. Nonô se prontificou em doar o acervo do minimuseu do plantio direto, que existe num barracão de sua fazenda, em Palmeira, nos Campos Gerais, enquanto o professor se dispôs a levar a proposta para os coordenadores da UEPG. Foi montado um projeto e apresentado ao governo estadual.

No início de maio, uma solenidade na UEPG marcou o repasse de R$ 2 milhões para a construção do Centro. Dois meses depois, os projetos eram finalizados para, enfim, dar entrada ao edital de licitação para a escolha da empreiteira que construirá o Centro. A previsão, conforme o professor Sá, é iniciar a obra ainda neste ano e inaugurar o espaço no primeiro semestre de 2015.

O Centro de Excelência terá museu, que será formado principalmente pelas peças doadas por Nonô, anfiteatro para palestras, salas de treinamento e a própria área da Fazenda Escola para as aulas de campo. O local será destinado para os cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, além de cursos específicos para agricultores.

O plantio direto na palha aproveita os restos da cultura anterior e provoca menos desgaste de solo, evitando erosão. A tecnologia foi criada no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, mas foram produtores dos Campos Gerais que tomaram a iniciativa de visitar os precursores e disseminar a técnica no Brasil. No início dos anos 70, o Brasil cultivava 180 hectares de área com plantio direto. Hoje estima-se que mais de 35 milhões de hectares (mais de 70% da área de grãos) adotam o sistema.

O gerente técnico do Sistema Ocepar, Flávio Turra, estima que o uso do plantio direto no estado alcance 90% da área agrícola. Para isso, há pelo menos 2 mil profissionais ligados às cooperativas, entre técnicos e engenheiros agrônomos, que estimulam a adoção do sistema entre os cooperados, estima.

Conforme Nonô, apesar de o plantio direto ser objeto de estudos há cerca de 40 anos, sempre há algo a mais para pesquisar. “Nos seres humanos, sempre se está descobrindo uma moléstia nova que precisa ser pesquisada. No solo também. Por isso, não há limites para a ciência”, completa.

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