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O painel foi composto pelo presidente da CCR, José Alberto Moita; pelo diretor Regulatório e Institucional da Rumo, Guilherme Penin; e intermediado pelo diretor-presidente Appa, Luiz Henrique Dividino. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O painel foi composto pelo presidente da CCR, José Alberto Moita; pelo diretor Regulatório e Institucional da Rumo, Guilherme Penin; e intermediado pelo diretor-presidente Appa, Luiz Henrique Dividino.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Segundo as últimas estimativas da Conab e do IBGE, a safra 2016/2017 do Brasil deve ultrapassar a marca de 230 milhões de toneladas. Um recorde absoluto. O desafio agora é escoar esse volume gigantesco, principalmente para os portos do país. No 5º Foro de Agricultura da America del Sur, o painel “Infraestrutura: Soberania e Geopolítica do Escoamento de Grãos”, apontou os gargalos, mas mostrou possíveis soluções para as questões logísticas.

Composto pelo presidente da CCR, José Alberto Moita; pelo diretor Regulatório e Institucional da Rumo, Guilherme Penin; e intermediado pelo diretor-presidente Appa, Luiz Henrique Dividino, o painel começou com uma pequena apresentação sobre recordes atingidos recentemente pelo Porto de Paranaguá, que no primeiro semestre deste ano, embarcou o maior volume de soja de sua história: 6,7 milhões de toneladas. O porto também atingiu a melhor marca de embarque de grãos em 24 horas: 134,1 toneladas. “O campo fez sua parte, com uma produção fantástica, nossa desafio é escoar isso tudo”, diz Dividino.

O transporte rodoviário foi o primeiro tema abordado. Segundo o presidente da CCR, atualmente, 61% de todo o transporte agrícola brasileiro é feito através deste modal. Segundo Moita, um estudo do Fórum Econômico Mundial revela que o Brasil tem apenas 25 quilômetros de estradas pavimentadas para cada 1 mil km². “Os Estados Unidos têm 438; a China tem 360. O Brasil tem 1,7 milhões de quilômetros de estradas, apenas 12% são de pavimentadas. Neste ano, a Confederação Nacional de Transporte divulgou um estudo que mostra que 40% destas rodovias estão em bom estado e 60% de péssimo a regular”, conta.

Ainda durante a apresentação, o presidente da CCR mostrou que ao longo das últimas quatro décadas, o volume de investimento em estradas caiu vertiginosamente. “Em 1970, o país investiu 2% do PIB em estradas. No ano passado, foram apenas 0,14%, o que é muito pouco. O capital privado investe, em média, R$ 355 mil por quilometro/ano; o governo gasta R$ 160 mil”.

Para melhorar a infraestrutura são necessários investimento de R$ 57 bilhões para recuperar a malha existente e mais R$ 98 bilhões para pavimentação. “Qual é o futuro? Com certeza o Brasil precisa investir mais em outros modais. Mas a estrada é e será o principal modal”.

Ferrovia

O diretor Regulatório e Institucional da Rumo, Guilherme Penin, contou um pouco do case da empresa, que detém 12 mil quilômetros de ferrovia em 4 concessões diferentes. Segundo Penin, diferente de outras empresas, 80% do que é transportado pela RUMO vem do campo, principalmente soja, milho, trigo e farelo.

Usando Santos como exemplo, Penin, mostrou que ao longo das últimas décadas, a exportação pelo porto cresceu 1,5 milhão de toneladas por ano, passando de 6 milhões em 2001 para 30 milhões no ano passado. No entanto, o escoamento até o porto continua basicamente o mesmo: 70% das commodities chegam através de rodovias e 30% de ferrovias. “Duas linhas vão até o porto, a malha paulista e a malha norte. A primeira é do século 19 e a segunda foi totalmente construída do zero pela iniciativa privada”. Segundo Penin, seria necessário requalificar toda malha paulista para aumentar o volume de transporte.

Em Paranaguá, 20% da produção chega através de vagões. “O potencial é muito grande. No entanto, enfrentamos gargalos. É necessário melhorar a qualidade da via, do material rodante e a infraestrutura de recepção de carga, as moegas são pequenas, além das restrições da Serra do Mar, é claro”.

Para vencer os desafios e aumentar a participação, a empresa está investindo pesado. Serão mais de R$ 8,5 bilhões em seis anos. “Boa parte do plano de investimento já foi executado. Foram R$ 2 bilhões em 2015 e em 2016. E R$ 1,1 bi neste ano. Investimos R$ 5 bilhões em plena crise, nem a Petrobras fez isso. E ainda pagamos outorga para o governo. O investimento é totalmente da empresa”.

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