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Com 42,2 milhões de hectares de soja transgênica na safra atual, o país é o segundo maior produtor de soja geneticamente modificada, perdendo apenas para os EUA. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Com 42,2 milhões de hectares de soja transgênica na safra atual, o país é o segundo maior produtor de soja geneticamente modificada, perdendo apenas para os EUA.| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

Tema de grandes debates entre o setor agropecuário, a aplicação da biotecnologia para a produção de alimentos foi apontada pelos especialistas como o futuro do agronegócio. “Saímos de uma situação de grande independência como também nos projetamos como grande fornecedor de alimentos para o mundo”, afirmou o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, nesta segunda-feira (11), durante um workshop na ExpoLondrina.

Devido à adoção dos transgênicos ao longo das últimas três décadas, o Brasil aumentou sua produção em 264%, enquanto a área cresceu apenas 41%. Com 42,2 milhões de hectares de soja transgênica na safra atual, o país é o segundo maior produtor de soja geneticamente modificada, perdendo apenas para os EUA. “Através da intensificação da tecnologia, a agropecuária brasileira se revolucionou e quer quebrar paradigmas, tirando o estigma do passado”, reitera o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alexandre Nepomuceno.

O avanço da biotecnologia, no entanto, esbarra em entraves econômicos e burocráticos. “A produção de um evento transgênico, do início do projeto até o lançamento comercial, demora 13 anos, com aumento no tempo médio necessário para testes regulatórios e registro de 3,7 anos até 2002 para 5,5 anos até 2011”, explica o pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Marcelo Gravina.

Com custos altíssimos, empresas como a Embrapa encontram dificuldades para desenvolver pesquisas que podem incrementar a agropecuária brasileira. “Estamos desenvolvendo uma variedade de feijão, por exemplo, que vai reduzir custos com a redução de aplicação de fungicidas”, explica Neponuceno.

Comércio internacional

Na semana passada, a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio, Tatiana Palermo, se reuniu com dirigentes da Associação das Empresas de Biotecnologia na Agricultura e Agroindústria (AgroBio) para ampliar o debate sobre biotecnologia e as exigências dos principais mercados importadores de grãos brasileiros como China, Rússia, Japão, Estados Unidos e União Europeia.

O setor produtivo e o governo federal querem reduzir os entraves comerciais para facilitar as negociações com países compradores de sementes geneticamente modificadas. Segundo a secretária, a medida pode contribuir para o Brasil aumentar as exportações em geral. “Houve avanços nas negociações com China e Rússia. Só em 2015, os chineses importaram do Brasil cerca de 54 milhões de toneladas de soja e 28 milhões de toneladas de milho. Grande parte desses produtos é geneticamente modificada”.

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