![Lavouras arenosas atravessam prova de fogo no reduto da soja |](https://media.gazetadopovo.com.br/2015/01/3ee5eb3ccd8c0dc5a7bd1cb26adc1232-gpLarge.jpg)
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Os resultados da soja neste ano vão revelar as deficiências de áreas arenosas que nas últimas safras vinham tendo desempenho irretocável. Houve falta de água em três períodos durante o ciclo das plantas, que agora estão até 30 centímetros menores em solos com baixo teor de argila e que não tiveram sua fertilidade construída para a agricultura.
A produtividade varia até dez sacas por hectare devido a esse contraste, que acontece entre lotes de produção de uma mesma fazenda, conferiu a Expedição Safra Gazeta do Povo no Médio Norte de Mato Grosso. A região é o maior polo de produção do Brasil.
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A variação na produtividade não pode ser atribuída somente ao clima, mas também à própria deficiência de áreas que ainda precisam de cuidados extras, apontou o coordenador técnico da Fazenda Mutum, Leandro Fernandes Ferreira.
Ele mostrou a diferença entre duas lavouras vizinhas em que usou-se a mesma variedade de soja. Na primeira, o teor de argila de 18%, apesar de relativamente baixo, tem sido suficiente para gerar expectativa de 50 sacas por hectare, uma vez que o solo é bem manejado. Na segunda, a argila limita-se a 10%. E, mesmo com cuidados semelhantes, a expectativa é de 40 sacas por hectare.
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"Áreas arenosas originalmente são menos férteis que as argilosas. Mas podem se tornar até mais produtivas, dependendo da adubação e do manejo do solo", avalia o engenheiro agrônomo e especialista no assunto Luiz Tadeu Jordão, que acompanha a Expedição em viagem por Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.
Para que um solo arenoso se torne produtivo em temporadas de chuva irregular ou escassa, é necessário trabalho constante de manejo da terra, que pode levar mais de uma década, aponta o especialista. Um ano é pouco para as reações químicas que alteram o perfil de uma área deficiente.
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