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Na média, técnicos, jornalistas especializados e analistas estimam quebra entre 35% e 40% no Matopiba. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Na média, técnicos, jornalistas especializados e analistas estimam quebra entre 35% e 40% no Matopiba.| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

A região Centro-Norte do Brasil tenta vencer o seu quarto ano consecutivo com quebras de safra. O El Niño castiga mais vez o Matopiba, região produtora na confluência do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A Expedição Safra 2015/16 está há uma semana na região, onde constata perdas superior a 50% do potencial produtivo. O estado mais atingido é o Piauí, com perdas entre 50% e 55%. Depois vem o Tocantins onde o estrago compromete de 35% e 40% das lavouras, seguido do Maranhão, de 30% a 35% e Bahia, onde em torno de 30% da safra está perdida para o clima. O fenômeno El Niño, que proporciona mais chuvas e melhor distribuídas na porção centro-sul do país, tem efeito inverso no centro-norte com precipitação menor e mal distribuída.

Confira imagens da Expedição Safra no Matopiba

O Oeste da Bahia, onde está concentrada a produção de grãos do estado, sofre menos o impacto do clima porque as áreas têm mais tempo de agricultura, os solos estão mais estruturados e as lavouras tem alta tecnologia. Tocantins e Maranhão ainda tem lavouras relativamente novas e com menor investimento em tecnologia. No Tocantins, inclusive, a Expedição ouviu relatos de produtores com lavouras que nem valem a pena colher. Já no Piauí, onde a agricultura de grãos está no Sul do estado, existem muitas áreas novas, algumas abertas nos últimos anos, onde os solos ainda estão sendo estruturados e a tecnologia ainda é incipiente. As lavouras mais antigas têm 17 para 18 anos. Para uma nova fronteira, um período curto e que precisa de mais tempo para consolidação.

Na média, técnicos, jornalistas especializados e analistas estimam quebra entre 35% e 40% no Matopiba. Responsável por 10% da safra nacional de soja, a região deve puxar para baixo a produção da oleaginosa no Brasil. Das pouco mais 100 milhões de toneladas de potencial inicialmente estimado, a soja deve render entre 97 e 99 milhões de toneladas no ciclo 2015/16. Com o ciclo atrasado, a colheita na região está apenas no começo. Os dados da Expedição Safra são preliminares e dependem do avanço da colheita para serem confirmados.

20 anos

O ciclo é de baixa, mas é importante olhar a região na linha do tempo, de forma que seja possível fazer uma análise de viabilidade da agricultura nessa área do Cerrado. Em 20 anos, a produção de grãos no Matopiba cresceu 288% enquanto a área apenas 52%. Nesse período a soja teve incremento superior a 1000% em produção e quase 600% em área.

No Piauí, o estado de agricultura mais nova na região, os grãos aumentaram 230% em produção e 28% em área. Na soja, o Piauí saltou quase 7.700% em produção e 6.000%. Importante ressaltar que os números são relativamente altos. O crescimento é expressivo porque a base era perto de zero.

A expectativa dos produtores é com a transição do El Niño para o La Niña, fenômeno que deve devolver a normalidade das chuvas a região. Mas somente para a próxima safra, a temporada 2016/17.

  • A região Centro-Norte do Brasil tenta vencer o seu quarto ano consecutivo com quebras de safra.
  • A Expedição Safra 2015/16 está há uma semana na região, onde constata perdas superior a 50% do potencial produtivo.
  • O estado mais atingido é o Piauí, com perdas entre 50% e 55%. Depois vem o Tocantins onde o estrago compromete de 35% e 40% das lavouras, seguido do Maranhão, de 30% a 35% e Bahia, onde em torno de 30% da safra está perdida para o clima.
  • O fenômeno El Niño, que proporciona mais chuvas e melhor distribuídas na porção centro-sul do país, tem efeito inverso no centro-norte com precipitação menor e mal distribuída.
  • Tocantins e Maranhão ainda tem lavouras relativamente novas e com menor investimento em tecnologia.
  • Na média, técnicos, jornalistas especializados e analistas estimam quebra entre 35% e 40% no Matopiba.
  • A expectativa dos produtores é com a transição do El Niño para o La Niña, fenômeno que deve devolver a normalidade das chuvas a região.
  • Responsável por 10% da safra nacional de soja, a região deve puxar para baixo a produção da oleaginosa no Brasil.
  • Das pouco mais 100 milhões de toneladas de potencial inicialmente estimado, a soja deve render entre 97 e 99 milhões de toneladas no ciclo 2015/16.
  • Os dados da Expedição Safra são preliminares e dependem do avanço da colheita para serem confirmados.
  • Em 20 anos, a produção de grãos no Matopiba cresceu 288% enquanto a área apenas 52%.
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