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Logística

Exportadores pedem tempo ao porto

Setor quer avaliar consequências da divisão da fila de navios em duas, que promete favorecer os donos dos terminais maiores

Operador observa embarcação em Paranaguá. Mudanças vão reduzir paradas, aposta a Appa | Henry Milla©o/gazeta Do Povo
Operador observa embarcação em Paranaguá. Mudanças vão reduzir paradas, aposta a Appa (Foto: Henry Milla©o/gazeta Do Povo)

Os exportadores de grãos e cereais que usam o Porto de Paranaguá querem entender melhor a norma 126, que vai dar prioridade a navios que fizerem menos paradas no Corredor de Exportação paranaense a partir de janeiro de 2014. Técnicos da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e representantes da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) analisam hoje o impacto dessa regra ao setor. Em encontro realizado em São Paulo na semana passada, os traders concluíram que precisam de tempo para se posicionar e se adequar.

“Eles [exportadores] alegam que mais de 50% dos contratos já estão fechados. Se for dar sequência à instrução imediatamente, pode haver problema com alguém que já contratou navios”, explica o presidente da Anec, Sérgio Mendes. Com o aumento da demanda internacional, especialmente por soja brasileira, o setor produtivo teme que os congestionamentos em alto mar elevem os prejuízos.

A Appa garante que a norma não prejudicará os embarques. Dados levantados pela entidade mostram que 35% dos navios que passam pelo Corredor de Exportação fazem até três paradas e se enquadram à nova regra. A expectativa é de que ocorra uma mudança na configuração de embarques e desembarques em Paranaguá e que esse porcentual com poucas paradas suba para 50% já em 2014, conforme a Appa.

Nos últimos anos, o prejuízo causado aos exportadores por causa do tempo de espera para atracação e carregamento só tem crescido. “É raro o navio que deixou Paranaguá neste ano sem pagar US$ 1 milhão de demurrage”, diz Mendes.

Ao todo, o Brasil teve um prejuízo de US$ 2,5 bilhões com transporte de cargas de cereais, segundo Anec, incluindo frete rodoviário e demurrage (quando o tempo de espera para carregamento é maior do que o previsto). As estimativas usadas no mercado indicam que, no Paraná, os exportadores do complexo soja tiveram gastos de US$ 200 milhões referentes a diárias extras dos navios e suas tripulações.

O porto paranaense é a segunda principal porta de saída para cargas de soja e milho do país, atrás do Porto de Santos. De janeiro a novembro deste ano, mais de 18 milhões de toneladas dos dois produtos, incluindo óleo e farelo de soja, foram embarcados. No mesmo período do ano passado, 16,5 milhões de toneladas deixaram o país pelo litoral do estado. Para 2014, a tendência é de aumento na movimentação geral de cargas.

A Norma 126 dá prioridade de acesso aos navios que têm até três paradas programadas no Corredor de Exportação de Paranaguá. Entenda a nova norma, que deve entrar em vigor no dia 2 de janeiro de 2014:

Alto mar

Os navios que chegarem à Baía de Paranaguá e tiverem até três paradas programadas no Corredor de Exportação poderão furar a fila para serem atendidos em um berço exclusivo assim que ele estiver disponível. Se nenhuma embarcação que estiver ao largo atender à regra, os três berços ficarão livres para atender todas as embarcações da fila.

Carregamento mínimo

Para ter direito a entrar na fila expressa, os transportadores marítimos precisarão carregar no mínimo 18 mil toneladas de produto em cada parada. O volume pode ser enviado por diferentes exportadores, já que os seis shiploaders (carregadores) instalados no porto recebem cargas de todos os terminais.

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