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Investimentos

Enquanto livre comércio com UE é só promessa, Brasil flerta com a França

País é o principal destino dos investimentos franceses na América Latina, mas, entre 2013 e 2015, o comércio entre os dois caiu 32%

Atualmente, dos embarques feitos pelo Brasil, apenas 2% têm como destino a França. | Arnaldo Alves/ANPr
Atualmente, dos embarques feitos pelo Brasil, apenas 2% têm como destino a França. (Foto: Arnaldo Alves/ANPr)

A ideia é reatar um laço que já que já foi mais forte, visando um horizonte ainda maior de possibilidades. Ministros e empresários brasileiros pediram, nesta semana, durante um fórum em Paris, que a França invista mais no Brasil, em particular nas infraestruturas, para permitir relançar o crescimento na maior economia da América Latina.

Além disso, conquistar os franceses - historicamente donos de uma postura mais conservadora dentro da União Europeia - pode ser um importante passo para a concretização do acordo de livre-comércio do Mercosul com os europeus, um dos pontos fundamentais para o agronegócio brasileiro no futuro.

As negociações do tratado foram retomadas no início deste ano, após mais de uma década estacionadas, e podem significar uma redução significativa das tarifas alfandegárias, que atualmente chegam a 4 bilhões de dólares anuais. “Nosso país apoia essas negociações”, disse o secretário de Estado francês de Comércio Exterior, Matthias Fekl, embora tenha ressaltado que a França continua “atenta” a alguns pontos relativos à indústria têxtil, aos serviços e à agricultura.

“Temos que reforçar nossas relações com a França e com a União Europeia”, disse Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria. Atualmente, um total de 877 empresas francesas - 38 delas do CAC 40, o principal índice da Bolsa de Paris - estão no Brasil, o principal destino dos investimentos franceses na América Latina.

No entanto, entre 2013 e 2015, o comércio entre ambos os países caiu 32%, lamentou Braga de Andrade. “A França representa menos de 2% do nosso comércio (...) e o Brasil menos de 1% do comércio francês”, indicou por sua vez Marcos Pereira, o ministro brasileiro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Pereira afirmou que, apesar da histórica recessão vivida pelo Brasil e da profunda crise política provocada pela destituição de Dilma Rousseff, a economia mostra sinais de recuperação e destacou em particular as medidas do governo para eliminar a burocracia.

Para 2016, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um queda de 3,3% do PIB, mas para 2017 a estimativa é de um crescimento de 0,5% em 2017. “O Brasil é um país que realmente precisa de infraestruturas”, disse o ministro dos Transportes Maurício Quintella.

Embora reconheça “problemas” na atribuição das concessões, Quintella assegurou que foram feitos esforços, sobretudo na publicação de concursos públicos.

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