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Ordem em e-mails era para resolver problemas, diz ex-diretor da BRF

Executivo afirmou que frases entendidas pela Polícia Federal como tentativas de esconder problemas eram, na verdade, ordens para encontrar uma solução

Fachada da BRF em Carambeí, no Paraná | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Fachada da BRF em Carambeí, no Paraná (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-executivo da BRF Hélio Rubens Mendes dos Santos Júnior deu a sua versão sobre o conteúdo dos e-mails corporativos que ajudaram a balizar a terceira fase da Operação Carne Franca, denominada Trapaça. A ação resultou na prisão de 11 funcionários da gigante dos alimentos, incluindo Pedro Faria, ex-presidente da empresa.

Ex-vice-presidente da BRF, Santos Júnior afirmou em depoimento, ao qual o Estado teve acesso, que frases de Faria - entre elas, “Hélio, por favor avalie algo drástico por lá” ou “vamos juntos eliminar todas as exposições” - representariam uma ordem para sanar os problemas da planta industrial de Rio Verde (GO). No entendimento dos procuradores, porém, as frases seriam um sinal para esconder esses problemas.

No depoimento, o ex-executivo da BRF disse também se recordar que a alta gestão da companhia considerava que a planta de Rio Verde apresentava mais problemas técnicos do que as demais fábricas, o que motivou a troca de vários gerentes daquela indústria. Além disso, lembrou que a área de qualidade foi alertada e que foi ordenada uma auditoria no local.

Acusação
No parecer do pedido de prisão dos dois executivos entregue à Justiça Federal, em Ponta Grossa, a procuradora da República Lyana Helena Joppert Kalluf considerou que e-mails e documentos que integram o processo trabalhista da ex-funcionária da BRF Adriana Marques Carvalho e materiais apreendidos nas primeiras fases da Carne Fraca, em 2017, deixam “clara a existência de associação criminosa entre os funcionários envolvidos que teriam poder de mando para questionar procedimentos da empresa ou suscitar mudanças”.

Os investigadores suspeitam que Faria e Santos Júnior tinham papel ativo na maquiagem de documentos. Ao pedir a prisão, o MPF apontou a necessidade de levantamento de mais documentos para apurar o envolvimento ou não de ambos com ilícitos. O MPF ressaltou ainda a possibilidade de os executivos poderem ajudar a esconder ilícitos.

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