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Na semana passada, a China anunciou o quarto caso de peste suína. | GREG BAKER/AFP
Na semana passada, a China anunciou o quarto caso de peste suína.| Foto: GREG BAKER/AFP

A península coreana e o sudeste da Ásia podem ser os próximos a relatar surtos de peste suína africana após o rápido começo da doença na China, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A China anunciou seu quarto caso da doença na semana passada na província de Zhejiang, quatro dias depois de ter sido relatado em Jiangsu, e cerca de 1.200 quilômetros de onde um surto inicial foi descoberto em 3 de agosto, na província de Liaoning.

“A detecção e dispersão geográfica dos surtos na China aumentaram os temores de que a doença vá além das fronteiras dos países vizinhos do Sudeste Asiático ou da Península Coreana, onde o comércio e o consumo de produtos suínos também são altos”, declarou a FAO nesta terça-feira (28).

O surto na China é significativo, já que a nação abriga mais da metade dos porcos do mundo, e a carne suína é a principal fonte de proteína animal do país. A carne de porco também é popular na península coreana e no sudeste da Ásia. Até agora, a China abateu 24 mil suínos nas quatro províncias afetadas, segundo a FAO.

Além de ser capaz de matar todos os porcos que infecta, o vírus é altamente contagioso e persistente. Não há vacina para proteger os porcos infectados, que precisam ser abatidos. Impor medidas rigorosas de contenção é o caminho para limitar a propagação.

A FAO está se comunicando com autoridades na China e em países vizinhos para aumentar a preparação caso a doença se espalhe.

A cepa encontrada na China é semelhante a uma que infectou porcos no leste da Rússia em 2017, mas até agora o Centro de Saúde Animal e Epidemiologia da China não encontrou evidências da fonte ou dos elos mais recentes do surto, segundo a FAO.

“O movimento de produtos suínos pode espalhar doenças rapidamente e, como neste caso de peste suína africana, é provável que o movimento de tais produtos, ao invés de porcos vivos, tenha causado a propagação do vírus para outras partes da China”, disse Juan Lubroth, veterinário-chefe da FAO.

As autoridades chinesas estão fazendo verificações em fazendas do país e se ofereceram para compensar os agricultores por qualquer perda de plantel. As medidas pretendem melhorar as condições de contenção após um surto de outra doença viral, conhecida na China como doença da orelha azul, em 2006, que causou a morte de milhões de porcos e quadruplicou os preços da carne suína no ano seguinte.

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