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O Paraná foi o responsável por 37,6% de toda carne de frango exportada pelo Brasil no terceiro bimestre do ano. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
O Paraná foi o responsável por 37,6% de toda carne de frango exportada pelo Brasil no terceiro bimestre do ano.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que após chegar à beira do colapso durante a greve dos caminhoneiros, com a morte e descarte de milhões de frangos, a avicultura paranaense teve uma recuperação meteórica nos meses seguintes e bateu recordes de produção.

Em julho e agosto o Paraná exportou 313,6 mil toneladas de carne de frango in natura e processada. O número é 11,8% superior ao que foi exportado no mesmo período do ano passado – 280,3 mil toneladas, fazendo do bimestre o melhor da história do estado. Sozinho, o Paraná foi o responsável nesse bimestre por 37,6% de toda carne de frango exportada pelo Brasil.

O dado foi comemorado pelo setor de avicultura, que o considera com um sinal de recuperação e retomada da confiança dos exportadores na carne de frango paranaense e brasileira. A cooperativa C.Vale, com sede em Palotina (Oeste do Paraná), por exemplo, registrou aumento de 33% nas exportações em julho e agosto deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado (Sindiavipar), houve também um aumento no número de abates de aves nas plantas industriais do Paraná. Em agosto, foram 156 milhões de frangos abatidos – 9,11% mais do que julho. Só foi menor do que janeiro, quando foram abatidos 157,6 milhões de aves.

A indústria do frango ainda se recupera das consequências provocadas pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada em março de 2017, que apontou supostos esquemas de adulteração de produtos e provocou um abalo na credibilidade da carne brasileira, fechamento mercados principalmente na Europa.

Para o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, os números da recuperação confirmam que a estrutura na produção do Brasil é incomparável. “Temos um tripé em nossa produção: qualidade, quantidade e preço. Exportamos para mais de 200 países. Mesmo com a restrição de alguma nação, o resto dos parceiros sustenta nossa cadeia”, diz.

Crise

Conforme dados da Secex, de janeiro a agosto de 2018 foram exportadas 2.521.910 toneladas de carne de frango in natura, que representa a maior parte do volume exportadoAlbari Rosa/Gazeta do Povo

Apesar de o Brasil ser o maior exportador de frangos do mundo e o segundo maior produtor mundial de carne de frango, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os números do primeiro semestre mostram que o país ainda sofre com a crise que se abateu sobre o setor, afetado neste ano também pela greve dos caminhoneiros e pela alta do preço do milho.

Conforme dados da Secex, de janeiro a agosto de 2018 foram exportadas 2.521.910 toneladas de carne de frango in natura, que representa a maior parte do volume exportado. No ano passado, no mesmo período, foram enviadas ao exterior 2.660.820 toneladas – 138.910 toneladas a mais.

Nesse passo, muitos apostam que o setor pode fechar o ano com ganho, dependendo do ritmo do segundo semestre. “Acredito que se continuarmos nesse patamar vamos conseguir registrar crescimento nas exportações neste ano”, pondera Martins.

Para Reni Girardi, gerente da Divisão Industrial da C.Vale, a performance das exportações deve seguir melhorando no próximo semestre. “Se levarmos em conta os embarques dos últimos três meses e, em se repetindo essa performance, podemos considerar que o Brasil conseguirá, sim, exportar volume maior que o ano de 2017. A previsão para setembro a dezembro é de manutenção dos volumes. Calculamos que a cooperativa deverá exportar 22% a mais em volume que no ano passado”, diz

Cabeças

Dados do IBGE, divulgados nesta quinta-feira (27) mostram que o Brasil possui (os números são de 2017) um recorde de aves – 1,4 bilhão de cabeças de galináceos, o que inclui galinhas, galos, frangos e pintinhos. O resultado foi 6% maior frente ao de 2016 e o maior da série histórica, segundo o levantamento Produção da Pecuária Municipal (PPM).

O Sul concentra a maior parte da população de galináceos nacional, com 47,1% do total. O Paraná tem a maior população, com 25,3% do total de aves do país. São Paulo fica em segundo lugar, com 14%, seguido de Rio Grande do Sul (11%) e Santa Catarina (10,8%).

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