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Lácteos

Brasil não encontra motivos para manter ‘leite suspeito’ fora das prateleiras

Ministério da Agricultura realizou missão ao Uruguai para apurar suspeita de fraude no leite em pó enviado ao Brasil

Produção de leite: modalidade em pó do Uruguai estava sob suspeita | Daniel Caron/Gazeta do Povo
Produção de leite: modalidade em pó do Uruguai estava sob suspeita (Foto: Daniel Caron/Gazeta do Povo)

Após um mês de embargo por suspeita de fraude, o Ministério da Agricultura (Mapa) retirou as restrições de importações de leite em pó uruguaio. A decisão de revogar a medida foi confirmada pelo secretário de Defesa Agropecuária, Luís Eduardo Rangel, e autorizada pelo presidente Michel Temer.

Até a semana passada, havia a suspeita de triangulação no produto uruguaio, ou seja, desconfia-se que o leite em pó enviado ao Brasil via Uruguai tinha procedência de outros países, com o objetivo de driblar a fiscalização. A dúvida era que o leite exportado tinha origem na Argentina e na Nova Zelândia.

“Ao invés de investigar para suspender, suspendemos para investigar”, disse Rangel nesta terça-feira (4) na Comissão De Agricultura e Reforma Agrária (CRA) no Senado.

O secretário disse que, em um relatório preliminar, não foram encontrados problemas de qualidade, mas mesmo assim foi tomada a decisão de ir acompanhar o processo ‘in loco’ para verificar a rastreabilidade do leite uruguaio.

Concluída a missão realizada pelo Mapa, na última semana, o coordenador geral substituto do órgão Francisco Pontes assinou um documento informando que seria “reestabelecido os procedimentos normais para importação de leite e seus derivados do Uruguai”.

No início de outubro, o ministro Blairo Maggi afirmou que havia um “descontentamento geral do setor com a quantidade de leite importado do Uruguai”. Os produtores se queixavam de desequilíbrio de preços, já que o leite uruguaio estava sendo comercializado por valores menores que o leite brasileiro.

No Uruguai

O ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do país vizinho, Taberé Aguerre, confirmou nesta segunda que recebeu duas comunicações do presidente Michel Temer informando que a retomada de licenças para as exportações de produtos lácteos estavam sendo retomadas. Ele comentou ainda o teor da visita realizada pela delegação brasileira:

“Não foi uma missão de auditoria técnica nem sanitária, apenas queriam comprovar informações estatísticas, e tudo ficou claro. Não tínhamos duvidas de que isso aconteceria, já que o Uruguai pode demonstrar claramente que exporta o que produz”.

Segundo o ministro, os técnicos ficaram surpresos pelo nível de rastreabilidade da cadeia láctea uruguaia, que inclui um sistema de registro do produto no caminhão que recebe o leite e medidores de amostras independentes utilizados pelos produtores para análises laboratoriais.

“O Uruguai tem que vender quase 90% dos produtos que produz. Isso nos obriga a ter normas internacionais mais rígidas para vender aos mercados mais exigentes”, completou.

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