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| Foto: Albari Rosa/

Na próxima segunda-feira, 5, os ingleses da Dechra Pharmaceuticals devem anunciar as posições de comando da recém comprada empresa londrinense Venco Saúde Animal, que lidera a produção de soro antiofídico e antitetânico para animais no Brasil, com mais de 50% de participação. Os novos donos já avisaram que a maioria dos executivos será mantida no cargo para não haver quebra de continuidade no dia a dia da empresa.

Em comunicado ao mercado, a multinacional britânica, que tem ações negociadas na Bolsa de Londres, confirmou no último dia 25 a compra de 100% da companhia paranaense por R$ 185 milhões.

O presidente da Dechra, Ian Page, disse que a companhia está “entusiasmada” com a aquisição da Venco. “Com esse passo estabelecemos nossa presença no mercado da América do Sul, que está em rápida expansão, e com um amplo portfólio de produtos de saúde”. Em nota, a Dechra informou também que, nos próximos dois a três anos, irá investir significativamente “para desenvolver as operações e a presença da empresa na América do Sul, mantendo o ‘pipeline’ da linha de produção e de novos registros da Venco”, e que buscará registrar produtos relevantes da Dechra, trabalhando para “estabelecer a marca Dechra na região”.

As negociações entre a empresa britânica e a londrinense duraram cerca de um ano. “A venda foi uma decisão realmente difícil. A gente sabia que em algum momento iria acontecer. Esse mercado é dominado por grandes empresas, com muita capacidade de investimento e capilaridade. E concorrer com uma empresa que fatura bilhões de dólares, investindo de 7 a 8% do faturamento em pesquisa, é desproporcional”, diz Sérgio Takano, presidente da Venco Saúde Animal.

No comando da empresa desde o início do ano passado, mas com mais dez anos de casa, o veterinário Takano está tranquilo quanto ao futuro dele e dos 254 funcionários. “A compradora não tem operação no Brasil, então é normal que muitas posições sejam mantidas. Existem pouquíssimas pessoas com know-how de produção de vacinas. Quando concretizaram o negócio, eles também compraram esse nosso know-how de produção”, diz Takano.

A Venco Saúde Animal faturou R$ 65 milhões no ano passado e deve fechar este ano com R$ 77 milhões, quase 20% de crescimento. O mercado bovino concentra 52% das receitas.Takano diz que o que direciona o crescimento das empresas na área de saúde animal, hoje, são as vacinas. “O consumidor está cada vez mais exigente, ele não quer carne com resíduos. O mercado de antibióticos e de antiparasitários só tende a decrescer mais no Brasil e, globalmente, isso acontece de forma ainda mais acentuada. Como diz o dito popular, a prevenção é o melhor remédio”.

A empresa londrinense foi fundada em 1986 pelo engenheiro civil Ronald Paleari, inicialmente voltada apenas à fabricação de soro antiofídico. Quatro anos depois os negócios se expandiram para o mercado veterinário, com lançamento de soros, vacinas e outros medicamentos para pequenos e grandes animais. Atualmente, são mais de 60 produtos exportados para 20 países. Cerca de 25% dos 200 milhões de bovinos no Brasil, segundo Takano, recebem vacinas da Venco. De 100% nacional, como consta no histórico do site da companhia, agora passou a ser 100% multinacional, inglesa.

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