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Desde agosto, quando passou a valer o acordo, o Brasil exportou 153,5 toneladas de carne in natura para os EUA. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Desde agosto, quando passou a valer o acordo, o Brasil exportou 153,5 toneladas de carne in natura para os EUA.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Cheeseburger, cheesebacon, você deve ter notado que todos esses nomes de sanduíche – que até vêm com ingredientes diferentes, mas têm no hambúrguer peça obrigatória – derivam do inglês. E não é à toa: as principais redes de fast-food são dos Estados Unidos. Agora, o que você pode não saber é que o patrimônio gastronômico norte-americano tem ganhado um sabor cada vez mais brasileiro.

US$ 900 milhões

Isso é o que o governo espera lucrar a partir da abertura de novos mercados para a carne in natura brasileira, que começou com os EUA. Antes do acordo, o Brasil exportava apenas carne bovina industrializada para os norte-americanos, somando US$ 286,8 milhões em 2015.

Desde que os governos dos dois países assinaram um acordo liberando a exportação de carne bovina brasileira in natura para os EUA, em agosto, foram embarcadas 153,5 toneladas, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, explica que os cortes enviados até agora são os dianteiros, usados pelos americanos para fazer hambúrguer: “é uma característica da demanda. Os cortes traseiros eles produzem lá”.

O assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) Rafael Linhares avalia que a exportação, por enquanto, segue num ritmo moderado. Segundo a Abrafrigo, até o momento, há cinco frigoríficos credenciados, sendo que o processo de liberação, se tudo corre bem, dura em média 45 dias.

O mercado, no entanto, é promissor: além do hambúrguer pronto que já era exportado para os EUA, os criadores brasileiros ganharam mais um canal de comércio. “Agora enviamos a matéria-prima, também”, ressalta Rafael Linhares. “A carne será usada por redes de fast-food, é um incremento para nós”, completa.

Outro ponto de destaque é que os norte-americanos são vistos como referência em sanidade por outros compradores, como México, Canadá e Japão. “Abrindo as portas nos EUA, podemos abrir outros mercados”, salienta Salazar. “A visibilidade do Brasil é bem maior agora”, acrescenta Linhares.

As negociações para que o Brasil pudesse vender carne in natura para os Estados Unidos levaram ao todo 17 anos.

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