Sistema intensivo usado no centro de pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa reduz de 150 para 75 dias a idade de abate dos ovinos
Por Maria Gizele da Silva, da sucursal
30/09/2014 às 00:00
Seleção de fêmeas busca aumentar casos de gestação de gêmeos e os índices de prenhez (Foto: Luciano Mendes/gazeta Do Povo)
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Rebanho solto dá menos despesa e acaba prevalecendo na região de Castro
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“Estamos aprimorando o sistema há 16 anos com resultados nas raças ilê de france e texel. A criação intensiva antecipa a idade ideal de abate e começa na seleção genética.” - Izaltino Cordeiro, pesquisador e professor da UEPG
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Eles comem mais ração e exigem monitoramento constante. Os ovinos criados em sistema intensivo podem dar a impressão de que dão mais despesas para o produtor. Mas, ganham peso mais rápido e saem cedo para o abate, ficando assim, mais baratos. É o que mostram os índices do centro de pesquisa da Fazenda-Escola Capão da Onça na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais.
O centro tem 300 matrizes das raças ilê de france e texel, mais adaptadas à região dos Campos Gerais. O acompanhamento do sistema, segundo o professor e gerente de produção animal da Fazenda-Escola, Izaltino Cordeiro dos Santos, já dura 16 anos. O diferencial, segundo ele, está no manejo intensivo e na busca da idade ideal de abate.
No modelo de criação, os cordeiros são abatidos entre 75 e 90 dias, enquanto que, no sistema convencional, o abate ocorre entre 150 e 180 dias. Nesta fase, a carne tem propriedades químicas que a deixa mais macia e suculenta. Os animais alcançam 28 a 35 quilos em pé. O rendimento da carcaça, que oscila entre 45% e 47% no sistema extensivo, chega a 52% no confinamento.
O professor Izaltino conta que a precocidade garante carne mais saudável ao consumidor. Nesta idade, segundo ele, a concentração de gordura insaturada é menor no animal. As peças têm uma fina capa de gordura para ajudar na conservação do produto no frigorífico.