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Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, que verifica o caso, as informações a respeito do surto de tuberculose não são precisas | Divulgação/MP-RS
Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, que verifica o caso, as informações a respeito do surto de tuberculose não são precisas| Foto: Divulgação/MP-RS

Neste exato momento, cerca de 300 veados de um safári no Rio Grande do Sul estão na berlinda, prontos para o chamado “rifle sanitário”, que é o sacrifício por causa de doença infecciosa. O destino dos animais é incerto e depende do resultado de exames para verificar suposta contaminação pela bactéria da tuberculose.

O impasse tem chamado a atenção dos moradores do município de Gravataí, que fica a 30 km da capital gaúcha, Porto Alegre. A justificativa para o abate está no risco que os animais doentes representam para outras espécies assim como para a população da região. Segundo a Fundação de Meio Ambiente de Gravataí, 20 animais já foram abatidos por determinação do Ibama.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul, que verifica o caso, diz que as informações a respeito do surto de tuberculose não são precisas. “As informações são contraditórias, uma vez que foi constatado que o local onde estão os cervos selvagens é protegido por telas e alguns depoimentos indicam que os animais não estariam infectados. Por isso estamos adotando uma posição de cautela pra verificar essas informações”, explicou promotora de Justiça Carolina Barth Loureiro Ingracio, que acompanhou uma fiscalização recente, realizada pela Fundação de Meio Ambiente de Gravataí, além de ter ouvido veterinários e solicitado documentos ao Ibama.

De acordo com a promotora, “o Ministério Público vai tomar todas as medidas possíveis para garantir a segurança dos animais e também da população que habita o entorno do parque de animais selvagens”. Ela acrescentou, ainda, que o MP “está zelando para que não sejam feitos abates desnecessários”.

A diretora técnica da fundação de meio ambiente de Gravataí, Daniela Diedrich, contesta a decisão do Ibama de abater um primeiro grupo de animais. “Os abates [em um frigorífico] foram feitos por determinação do Ibama, não houve consentimento da Fundação de Meio Ambiente. Ficamos sabendo por meio de uma denúncia”, afirmou. “Foram 20 cervos abatidos. Os testes iniciais não apontaram contaminação pelo vírus da tuberculose. Estamos à espera dos resultados dos próximos testes e também dos exames que foram feitos em funcionários do safári.”

Carne exótica

Segundo a imprensa gaúcha, o safári chegou a vender carne de veado para frigoríficos da região, o que é permitido por lei, mas não pôde continuar com a atividade após perder as licenças ambientais. Daniela Diedrich diz que não há risco para animais de criação no estado, como gado e frango. “Essa história da tuberculose já existe há dez anos. Não há animais de criação, como gado, ao redor do parque e mesmo que houvesse não haveria riscos, pois não há contaminação”, contesta.

Fundado há 30 anos, o safári possui uma área de 300 hectares, no km 11 da RS-020, entre Gravataí e Cachoeirinha. Segundo o MP-RS, cerca de dois mil animais sobrevivem no local, que está fechado para visitações desde novembro do ano passado e em processo de encerramento.

A superintendente do Ibama no Rio Grande do Sul, Cláudia Pereira da Costa, foi procurada pelo Agronegócio Gazeta do Povo, mas não retornou o contato até o fechamento da reportagem.

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