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 | Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA
| Foto: Felipe Rosa/TRIBUNA DO PARANA

Os 400 milhões de suínos criados na China talvez tenham que se acostumar com uma nova dieta em nome dos interesses nacionais.

O país asiático está considerando reduzir a quantidade de proteína necessária na ração dos animais, segundo informações da estatal chinesa Associação da Indústria de Alimentos, para reduzir o volume de soja comprado no exterior. Os chineses estão enfrentando um aumento nos preços dos alimentos à base da oleaginosa - principal fonte para ração animal - após imporem um aumento de 25% nos impostos sobre a soja importada dos EUA, seu principal fornecedor.

Apesar de a Associação não atribuir o motivo à escalada da guerra comercial com os EUA, os sinais são claros de que o maior comprador de soja do mundo está buscando alternativas para reduzir sua dependência dos americanos conforme a guerra avança.

A nação asiática voltou os olhos para o Brasil e os compradores estão discutindo também o potencial de expansão do comércio com Argentina e Índia. Com os estoques brasileiros acabando e os EUA sendo o principal fornecedor do insumo no quarto trimestre, a indústria chinesa corre o risco de ficar sem a oleaginosa.

A estatal chinesa propõe reduzir ao mínimo necessário os níveis de proteína bruta na alimentação dos suínos, bem como definir um padrão máximo, conforme comunicado publicado em seu site. Quanto mais pesado for o animal, menor quantidade de proteína ele ganhará. Os níveis da substância para galinhas poedeiras e frangos de corte também podem ser reduzidos.

“A proteína alimentar há muito tempo tem dependido das importações, que se tornaram um gargalo para o desenvolvimento da indústria de alimentos na China”, afirmou a associação na justificativa da proposta. Com o desenvolvimento das pesquisas sobre nutrição animal, especialmente aquelas que envolvem dietas com baixa proteína, o nível do nutriente bruto pode ser significativamente reduzido, segundo os chineses.

O baixo volume de proteína pode ser compensado pela adição de aminoácidos e enzimas alternativas, segundo a associação. Com essas medidas de diminuição da quantidade de proteína na dieta animal, a China pode reduzir em mais de 10 milhões de toneladas o volume de soja importada neste ano.

O país asiático é o maior produtor e consumidor de carne suína do mundo, e importa soja também para fabricação de ração para os animais. Os preços dos alimentos à base de soja no mercado interno subiram 26% este ano frente à ameaça de uma iminente escassez do produto.

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