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Qual será o preço aproximado da soja em Abril/2013?Enviada por Luiz Massaranduba(clique no título para ver a resposta)

Resposta à Dúvida:Boa tarde, Luiz.

Primeiramente, gostaria de frisar que o Agronegócio Gazeta do Povo realiza análises sobre as perspectivas e tendências de mercado, mas não faz projeções pontuais de preço. Desta forma, envio ao Sr. não uma previsão de alvo de preço para abril de 2013, mas uma análise detalhada dos fundamentos e indicadores técnicos do mercado da soja para auxiliá-lo na tomada de decisão.

Em análise publicada no último domingo (6) no AgroGp.com.br, mostramos que o mercado da soja iniciou o ano sob pressão na Bolsa de Chicago (Soja começa 2013 sob pressão chinesa). Fundamentalmente,  as cotações reagem com baixas ao bom desempenho da safra sul-americana e, principalmente, aos sucessivos anúncios de cancelamentos de compra por parte da China. No AgroReport disponível para download no nosso portal, publicado em 16 de novembro de 2012, já alertávamos para essa possibilidade.

Note que, conforme prevíamos no informativo, o mercado reverteu a tendência de baixa e reagiu a partir da segunda quinzena de novembro, preenchendo o gap (intervalo/espaço) entre US$ 14,52 e US$ 14,33/bushel. A retomada, contudo, teve vida curta. Após cinco semanas, as cotações passaram a recuar novamente e, na primeira semana de 2013, romperam um importante suporte técnico representado pela linha de tendência de longo prazo, como mostra o gráfico técnico abaixo.

Ainda assim, mesmo após as baixas da semana passada, o mercado ainda encontra forte suporte na altura de US$ 13,80/bushel (fundo duplo testado nas últimas semanas). Em nossa avaliação, essa marca deve estabelecer um piso para o mercado no curto prazo e só deve ser rompida em duas circunstâncias: caso a China volte a cancelar volumes substanciais de soja norte-americana nas próximas semanas ou se o USDA não elevar sua estimativa para as exportações dos EUA, conforme espera o mercado. (NOTA: Os embarques norte-americanos de soja realizados até o momento equivalem a 84% da meta atual do USDA para a temporada 2012/13, quando o normal para esta época do ano seria 73%).

Durante o período da colheita brasileira, contudo, a tendência para os preços da soja é baixista. A demanda internacional, apesar de permanecer aquecida, já não evolui no ritmo alucinante em que vinha aumentando nas últimas temporadas e ainda depende da recuperação das economias mundiais, principalmente na zona do Euro. Do lado da oferta, os sucessivos reajustes para cima nas estimativas de produção dos EUA na safra passada que vem sendo promovidas pelos USDA nos últimos relatórios, e a melhora do clima na América do Sul, que inspira projeções de safras cheias no Brasil, na Argentina e no Paraguai, deve adicionar ao menos 50 milhões de toneladas à produção mundial de soja na temporada 2012/13. Apesar de não recompor totalmente os estoques globais, que mesmo com safras cheias devem permanecer em níveis apertados por pelo menos mais dois anos, esse incremento traz alívio ao quadro e oferta e demanda global, pressionando os preços.

Outro fator negativo, que tende a exercer pressão extra sobre o mercado, é a relação de preços entre soja e milho na Bolsa de Chicago, um dos principais fatores considerados pelos produtores norte-americanos na hora de definir qual cultura plantar. Atualmente, essa relação está em 2,3, um crescimento de 10% sobre o índice registrado em novembro. Se a relação se mantiver favorável à soja (níveis acima de 2 favorecem a oleaginosa) e as condições de umidade do subsolo continuarem insuficientes (em Iowa, maior produtor, 94% da área está nessas condições), é possível que o milho não ‘roube’ da soja uma área tão grande quanto se previa inicialmente.

Vale ressaltar que essas projeções consideram o cenário atual e que, por isso, podem se alterar a qualquer momento, oscilando conforme o dinamismo do mercado.

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