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Combustível Consumo depende do motorista

O câmbio automático sempre esteve associado a um consumo maior de combustível em relação ao manual. Com a modernização do sistema, essa desvantagem foi sendo amenizada e hoje o gasto é quase semelhante.

De acordo com o professor da disciplina de Motores Automotivos da Tuiuti, Wilson Parisotto, o consumo depende de como o motorista dirige. "Se ele costuma utilizar o tempo certo para troca de marcha no câmbio manual, sem esticá-la demais, então podemos dizer que o consumo de combustível é um pouco maior no automático", explica.

Porém, ele afirma que isso não é uma regra. Nos câmbios CVT (termo inglês para transmissão variável contínua) aplicados, por exemplo, no Honda Fit e no Nissan Murano, é possível obter infinitas relações de marcha, alcançando melhor eficiência do motor na rotação de torque máximo e economia de combustível em todas as velocidades.

"Tanto no mecânico quanto no automático, essas relações são fixas. Isso gera picos e vales entre a mudança de uma relação para outra que pode ser traduzido em perda (consumo, desconforto), fatores esses que não ocorre com o CVT", explica Parisotto. Resumindo, o professor define o CVT como uma evolução das tramissões automáticas.

Uma pesquisa do site britânico Just Auto, especializado em carros, constatou que pela primeira vez, desde a invenção do automóvel, a produção anual de veículos equipados com transmissão automática irá superar a de carros com câmbio manual.

Nos Estados Unidos, o sistema automático já domina o mercado desde a década de 70; no Japão também é o preferido da maioria dos consumidores. Os europeus, e também os brasileiros, por razões econômicas e culturais, têm resistido à expansão do sistema mas, gradualmente, estão cedendo ante a comodidade de sua utilização.

Atualmente, o mecanismo custa bem menos do que há duas décadas e já não são encontrados apenas em carros de luxo. Modelos médios, como o Toyota Corolla, Chevrolet Vectra, Honda Civic e Ford Focus, além de compacto Honda Fit, já oferecem há tempos esta opção. O também compacto Kia Picanto, lançado em 2006, e a nova versão automática do Ford EcoSport passaram a figurar nesse grupo.

De acordo com Wilson Parisotto, professor da disciplina de Motores Automotivos da Tuiuti, os veículos dotados de câmbio automático são mais práticos e confortáveis, principalmente, em trânsito pesado. "Imagine poder dirigir sem ter a necessidade de ficar constantemente mudando a marcha e pisando no pedal da embreagem", salienta.

Quanto ao custo maior, ele acredita que a massificação da tecnologia está reduzindo drasticamente a diferança de preço com relação a um manual. "Além disso, as caixas do automático são mais confiáveis e dificilmente deixará o motorista a pé". Parisotto prevê a migração cada vez maior do motorista brasileiro para a transmissão automática. "É como ter um carro com direção hidráulica, ar-condicionado ou vidros elétricos. Quem já teve um não volta mais atrás", observa.

Manobras

A comerciante Laidi Maria De Rocco, 39 anos, de Curitiba, possui um Corolla SE-G 1.8 há um ano e meio. Ela garante que o sistema facilita manobras que costumam apavorar os motoristas com dificuldades de lidar com embreagem e marchas. "Quando o câmbio era manual, tinha medo de arrancar na subida ou mesmo dar ré. Já o automático segura o carro, não deixando que ele volte", compara.

O empresário Jair Antônio Osiowy, 34 anos, também da capital, conta que antes de adquirir um Honda Fit automático guardava um sentimento de decepção com esse tipo de transmissão. "Na década de 90, tive um Santana automático. Era horrível. Vivia patinando para arrancar e parecia que estava carregando um bonde nas retomadas. O sistema atual, bem mais moderno, é completamente diferente. O motor responde com força e não é preciso acelerar demasiadamente ao sair de cruzamentos", ressalta. A sensação de segurança é outro fator observado pelo empresário. "Com as duas mãos no volante, a atenção fica toda voltada para o trânsito."

Durante muito tempo o custo elevado afastou o procurador regional do trabalho, Itacir Luchtemberg, 46 anos, de um modelo "AT" (sigla inglesa para transmissão automática). Com a queda no preço, ele resolveu entrar no mundo do automático para, segundo ele, nunca mais sair. "Acabaram todas aquelas movimentações com o braço na troca de marcha. As saídas e as retomadas ficaram mais tranqüilas e o dirigir menos cansativo", diz Luchtemberg, que possui um Vectra 2006.

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