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Durante o período da greve dos caminhoneiros, os donos de carros movidos a GNV e a eletricidade não tiveram de se preocupar com o desabastecimento de etanol e gasolina nos postos de combustíveis. Mas enquanto a instalação do kit com gás natural é algo teoricamente acessível ao consumidor, ter um carro que recarrega na tomada ainda é uma realidade distante para a maioria esmagadora da população. 

Na verdade, puramente elétrico só temos dois modelos comercializados no varejo. Um é BMW i3, que era vendido por R$ 170 mil até o início de 2017 e que retornará em junho numa versão atualizada por cerca de R$ 200 mil. E dá para contar nos dedos quantos vezes nos deparamos com uma unidade nas ruas.

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O outro ainda é desconhecido no grande mercado, mas tem o preço como um dos atributos: parte de R$ 54.890 (2 lugares ) e R$ 57.890 (4 lugares), faixa de muitos carros compactos. Ou seja, é quase uma opção ‘popular’ comparado ao i3

Chamado de e.coTech, é importado pela empresa Hitech Eletric, de Pinhais, na Grande Curitiba, e já está homologado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) para rodar emplacado nas ruas brasileiras.

O valor do veículo pode baixar ainda mais se o governo confirmar a redução de 25% para 7% na alíquota de importação de carros ecológicos, contemplada no regime automotivo Rota 2030, que está previsto para entrar em vigor ainda neste ano. 

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Ideal para a cidade

O modelo para uso urbano é fabricado pelo grupo Aoxin New Energy, uma estatal que é a principal fornecedora de caminhões da China.

É um veículo com opções de 2 e 4 lugares e de baixa performance. Sua velocidade máxima é de 60 km/h. Pode alcançar uma autonomia de 100 km (4 lugares) a 120 km (2 lugares) rodando com média de 35 km/h. 

A versão maior oferece como opcional uma placa fotovoltaica, encaixada no teto do carro, que capta a energia solar para entregar de 15% a 20% a mais de autonomia para veículo. O acessório sai por R$ 6,5 mil.

A vantagem do modelo, além de não poluir o ambiente, é que pode ser reabastecido em tomadas comuns de 110V e 220V, com um gasto aproximando de R$ 4,50 por recarga. 

e.coTech é movido por dois tipos de baterias: a de gel (comuns em carros a combustão), que tem uma vida útil de 74 mil km, e a de íons de lítio, que encarece os modelos em cerca de R$ 12 mil, porém seu ciclo de recargas dura 180 mil km.  A de gel leva pelo menos 6 horas para alcançar a carga completa, enquanto a de íon é feita em 30 minutos.

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Segundo Rodrigo Scheffer Contin, engenheiro mecânico e fundador do negócio em 2016, a economia média anual em combustível pode chegar a R$ 10 mil e o retorno do investimento ocorre em 36 meses. 

“Com os mesmo R$ 4,50 pagos na recarga do e.coTech para rodar 120 quilômetros na cidade, conseguiríamos colocar 1 litro de gasolina, para percorrer 12 km [considerando o consumo médio de carros compactos econômicos]. Ou seja, o custo do quilômetro rodado do modelo elétrico é dez vezes menor que o de um carro a combustão", compara.

Manutenção baixa

Outro fator positivo apontado pelo Contin é o baixo custo de manutenção. “Chega a ser 60% abaixo do valor cobrado por um motor tradicional. Não tem troca de óleo e nem de filtros e velas e há uma redução de 50% nos desgastes de suspensão e freio”, pontua Contin, que fechou parceria com a Porto Seguro para efetuar a revisão - são perto de 250 pontos espalhadas pelo país para realizar manutenções periódicas e corretivas.

Além disso, também conta com a parceria de bancos para financiamento, como é o caso da Caixa, que já tem uma linha de crédito específicas para modelos 100% elétricos, além de Banco do Brasil, Itaú, Santander e Bradesco.

e.coTech é oferecidos com airbag duplo, rodas de liga leve e possuem freios a disco. O pacote de opcionais inclui ar-condicionado e som com entrada USB/SD. 

Sobre o visual exótico para os padrões de carros no Brasil, que poderia inibir o interesse do consumidor, Contin rebate dizendo que a aceitação dos clientes tem sido grande. “Também é possível personalizar o veículo em diferentes cores e plotagens”, ressalta.

O e.coTech2 e o e.coTech4 têm ainda a companhia de dois modelos de caminhão leve elétrico, o e.coCargo e o e.coTruck, vendidos a partir de R$ 69 mil, ambos aptos para circularem pelas vias públicas.

Veja mais informações sobre Hitech Electric e como adquirir um exemplar pelo site www.hitech-e.com.br ou pela página no Facebook . A sede da empresa fica na Av. Maringá, 397, em Pinhais.

Rodrigo Contin (agachado à esquerda) e sua equipe da Hitech Electric, com sede em Pinhais, na Grnade Curitiba.

Outros elétricos e híbridos

No Brasil, há outros veículos 100% elétricos que circulam ou já circularam pelas ruas e parques. A prefeitura de Curitiba e a Itaipu Binacional fizeram uma parceria com a Renault e utilizam o quadriciclo elétrico Twizy em ações internas. A seguradora Porto Seguro adquiriu dezenas de unidades do modelo para atendimentos a sinistros pelas ruas de São Paulo.

A Nissan também fez testes com carros EV (sigla para Electric Vehicle) no Rio de Janeiro e São Paulo. Alguns exemplares do hatch Leaf foram usados por taxistas e órgãos municipais. Os modelos já voltaram para as mãos da fabricante, mas a marca já sinalizou que venderá a nova geração do Leaf por aqui em 2019.

No mercado há ainda opções que combinam eletricidade e motor a combustão, chamados assim de híbridos. É caso do BMW i8Toyota PriusLexus CT200hFord Fusion HybridMitsubishi Outlander PHEV.

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