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Um dos modelos mais festejados do cinema ressurgirá do passado. O DeLorean, do filme ‘De Volta para o Futuro’, será relançado, mas não em sua forma original. A empresa do Texas (EUA), detentora de parte do inventário da extinta e até da famosa logomarca da fabricante do veículo, anunciou que fará 300 réplicas da ‘máquina do tempo’, que ainda desperta o sonho de consumo em muitos fãs da trilogia.

A produção em pequena escala começará em 2017 e, segundo os idealizados do projeto, será uma cópia perfeita do carro que existiu há 25 anos, porém com a mecânica atualizada. A DeLorean Motor Company, adquirida em 1997 pela companhia texana, ainda presta assistência técnica para proprietários do modelo. Uma lei federal permitirá a fabricação do carro, com a mecânica atualizada.

A empresa pretende vender cada réplica por menos de US$ 100 mil (R$ 409 mil), o dobro do valor pedido por exemplares usados do carro nos EUA. Segundo o presidente da DMC, Stephen Wynne, há estoque suficiente de peças originais para garantir as 300 unidades.

Um DeLorean é composto de 208 peças, das quais a empresa possui 99%. O 1% restante seria facilmente reconstruído ou recuperado. Mas o executivo não descarta novos pedidos, que poderão ser atendidos com base em desenhos originais que ele também adquiriu.

Da falência ao filme

A DeLorean Motor Company original foi fundada em 1975 por John Zachary DeLorean, ex-funcionário da General Motors, que foi o criador do Pontiac GTO em 1969, o primeiro muscle car norte-americano. A fabricante nasceu na Irlanda do Norte e depois se transferiu para os Estados Unidos.

O projetista do DeLoren foi nada menos que Gior­­­­getto Giugiaro, designer italiano que fez carros para a Audi, Ferrari, Maserati, Lotus, Bugatti, entre outras. O mítico modelo era fei­­to de aço inoxidável, polido e sem pin­­­­tura. O desenho era fe­­nomenal, e as portas no estilo ‘asa de gaivota’ faziam o carro parecer realmente de outro tempo, ou de ou­­tro planeta. Talvez por esta razão o diretor Robert Zemeckis o tenha colocado no filme.

A linha de produção do DeLorean DMC-12 durou apenas dois anos - 1981 e 1982, com pouco mais de 9,2 mil unidades vendidas - uma delas pertence ao acervo de carros antigos do empresário Cláudio Petricoski, de Pato Branco.

A mecânica trazia um motor central de origem franco-sueca. Um PRV (Peugeot, Renault e Vol­vo) de seis cilindros em V e 2,8 litros, que trazia injeção de combustível, novidade na época. O DMC-12 não era um foguete, seu desempenho era mediano, com 132 cv para atender os limites de emissões nos EUA.

O carro era até mui­­to caro para o que era oferecido. Custava 25% a mais que o Corvette e o Porsche 924 Turbo — todos eles mais rápidos que o DMC-12. O preço cobrado era cerca de US$ 12 mil, alto para os padrões da época. Quase no fim de sua produção, o valor já estava em US$ 25 mil, devido ao custo elevado de produção e ao enorme prejuízo enfrentado pela empresa.

O idealizador do DMC-12, John Z. DeLorean, e a maquete que daria origem ao modelo que se tornaria famoso no cinema.

A fabricante independente acabou falindo. Três anos após a aposentadoria, o veículo apareceria transportando no tempo o jovem Marty McFly (personagem vivido por Michael J. Fox) e o cientista Dr. Emmett Brown (Chris­­topher Lloyd) no primeiro ‘De volta para o futuro’ (1985).

A ironia deste automóvel, cujo idealizador o chamou de ‘ético’, é que foram usados alguns meios nada legais para salvar a companhia da falência. John Z. DeLorean, inclusive, foi acusado, julgado e preso por tráfico de drogas, sendo absolvido em 1984. Ele morreu em 2005, aos 80 anos.

A data da viagem

No ano passado, o DeLorean e os personagens da trilogia ‘De volta par o futuro’ ganharam repercussão mundial devido à data simbólica 21/10/2015, digitada por Marty McFly no carro que viajaria ao futuro, ao fim do primeiro filme.

A chegada a 2015 e as visões sobre como seria o ano aparecem no segundo episódio, “De volta para o futuro 2”, de 1989.

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