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 | Gregory Lenormand
| Foto: Gregory Lenormand

Uma experiência radical

Programa iRace dá a oportunidade de viver um dia de piloto, com aulas teóricas e na pista, até acelerar um Fórmula-1

Leia matéria completa

  • Briefing sobre o traçado da pista
  • Briefing sobre o volante do F-1. Usamos um bem mais simples
  • Instruções de pilotagem no cockpit
  • Os últimos acertos já no F-1

Colocar um desses monstros em movimento está longe de ser tarefa fácil. Seriam apenas duas voltas incompletas, com largada pelo boxe e apenas uma passagem pela reta principal. Enquanto deslizava para dentro do cockpit meu único pensamento era trazer aquela "barata" intacta para os boxes e não voltar de carona em uma van. A posição no F-1 é bem desconfortável. A sensação é de estar sentado no chão e os ajustes no encosto são feitos com almofadas de espuma. Com o cinto de quatro pontos bem apertado fica díficil até para respirar. As pernas esprimidas ficam totalmente esticadas à frente e só a parte superior dos pés se move para acionar os pedais.

Olho para o volante e dou graças a Deus. É bem mais simples do que os F-1 atuais. Oferece um visor que indica a marcha engatada, temperatura do motor e, no alto, uma fileira de leds faz o papel de conta-gi­ros. Atrás, estão as borboletas: da esquerda para reduzir e da direita para subir. O câmbio é semi-automático de seis velocidades. Nos minutos que antecediam a minha partida repassei mentalmente cada passo para arrancar: dar duas bombadas no acelerador assim que o motor for acionado; pisar na embreagem, engatar a segunda e levantar progressivamente o pé esquerdo, fazendo o caminho inverso com o direito. Nada de acelerar demais ou de menos, caso contrário o motor apagava.

Chegou a minha hora. Apertei o volante com as duas mãos e o motor foi acionado. Dei as duas bombadas no acelerador. E o motor rugiu alto (Uáaaaaaaa). O F-1 tremia todo. O instrutor de pé, à frente do carro, olha fixo para o cokpit e com as palmas das mãos para baixo sinaliza que é hora de estabilizar o giro a mais de 6.000 rpm. Engato a segunda, confiro rapidamente as luzinhas de LEDs para verificar a rotação, e com a partida autorizada vou levantando o pé esquerdo milímetro a milímetro e acelero. O bicho se movimenta com uma impressionante rapidez e ganha velocidade. Tenho de manerar porque ainda não havia deixado nem a área dos boxes. Havia superado o primeiro desafio de arrancar e ainda suava muito quando coloquei o F-1 na pista e pisei mais forte. A sensação era de estar a bordo de um avião na hora da decolagem. Também senti as primeiras pancadas no corpo e a primeira curva não tarda a chegar. Com todo o cuidado e ainda em terceira obedeço o traçado. Há controle de tração, mas com certeza não faria milagre naquelas circunstâncias e meu objetivo no momento era alcançar a reta oposta. Não demorei muito e cheguei na Signes, curva mais veloz da pista, reduzi e entrei em terceira na tão esperada reta. Era hora de acelerar: quarta, quinta e sexta. A escalada é absurda e o capacete parecia que seria arrancado da cabeça. Logo avisto a placa dos 100 km/h, antes da curva no fim da reta. Dou uma pancada forte no freio e o carro quase para. Já mais confiante ainda consigo colocar a quarta marcha em outra reta, antes de iniciar o retorno para os boxes. Na chegada corto o motor, para que não haja super aquecimento, e o F-1 rola em silêncio. Estava eufórico. Foi uma das experiências mais radicais da minha vida.

Mais adrenalina

Uma outra surpresa, não menos radical, ainda me aguardava. Desta vez uma volta com Nicolas Prost, piloto de testes da Lotus, em um Minardi V8 de dois lugares. Em minutos ele me mostra o que é pilotar de verdade atacando curvas e extraíndo o máximo do carro. Se eu já estava contente com o resultado da minha telemetria (242 km/h), a dele brincando deve ter acusado pelo menos 300 km/h na reta.

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