• Carregando...
 | Antônio More/Gazeta do Povo
| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Uma das preocupações que afligem muitas grávidas, especialmente as de ‘primeira viagem’, é usar o carro durante a gestação. Existe o receio sobre um possível risco ao usar o cinto de segurança ou diante de um acionamento do airbag.

Pensando nisso, o Cesvi Brasil, centro de pesquisa dedicado à segurança viária, elencou cinco dicas para deixar a futura mamãe mais tranquila e saber o que pode ou não fazer diante do volante. Confira:

1. A legislação de trânsito proíbe dirigir na gravidez?

O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) não faz proibição a isso. A gestante saudável pode dirigir tranquilamente enquanto aguar­­da a chegada do bebê.

Mesmo porque as mulheres costumam trabalhar até os dias que antecedem o parto e ainda se veem en­­volvidas com os últimos preparativos para o nascimento do filho.

LEIA MAIS: Ford cria berço que simula passeio de carro para fazer o bebê dormir; assista

Alguns médicos, no entanto, con­­sideram que a partir da 36.ª semana não é mais recomendável que a gestante continue ao volante porque pode en­­trar em trabalho de parto a qualquer momento.

O ideal é ter um acompanhamento médico para avaliar se não há restrições. E a grávida também deve avaliar a si mesma: caso sinta desconforto, cansaço ou qualquer outro sintoma, deve evitar dirigir.

2. Como posicionar o banco?

Assento

Coloque numa posição que permita acionar os pedais até o fim dobrando levemente as pernas, sem precisar esticá-las por completo. A dica serve para qualquer motorista, e não só para as grávidas.

No último mês de gestação, o tamanho do abdome gravídico é um complicador porque fica muito próximo do volante. A recomendação é recuar o banco ao máximo, mas tomando o cuidado de não comprometer a segurança ao dirigir.

Mulheres mais baixas podem ter maior dificuldade porque as pernas tendem a ficar muito distantes dos pedais.

Encosto

A regulagem do encosto, em conjunto com a do assento, melhora a ergonomia e o conforto, facilitando a empunhadura do volante e o acionamento dos comandos no painel.

O Cesvi destaca a importância de ajustar o assento associado ao do encosto de forma que a distância da direção ao peito seja de, no mínimo, 25 centímetros (equivalente à distância aproximada do cotovelo ao punho de um adulto).

Apoio de cabeça

Pouca gente se lembra de ajustar o encosto de cabeça. Porém, é um item fundamental para a segurança nos casos de impacto traseiro, evitando o efeito-chicote na cabeça da motorista, que pode ocasionar uma lesão de coluna ou na nuca e até à morte, mesmo em colisões aparentemente menos severas.

A regulagem é bem simples: o centro do apoio de cabeça deve ser alinhado com a altura dos olhos da condutora. O mesmo se aplica caso estiver no banco traseiro, contudo evite viajar atrás caso o carro não traga o encosto.

3. É possível deixar o cinto de segurança mais confortável?

Mesmo que fique um pouco desconfortável, o cinto de segurança é item obrigatório e sempre deve ser utilizado pelas gestantes. Não apenas pela multa caso seja flagrada sem o dispositivo, mas, principalmente, por que é o item que mais salva vidas em caso de acidente.

Regule a faixa subabdominal do cinto abaixo do ventre, apoiada na região pélvica (o número ‘1’, na imagem abaixo). Um trauma nessa região provocado pelo cinto pode causar descolamento da placenta, sangramento e até a perda do bebê.

Já a faixa diagonal deve passar entre as mamas (‘3’) e a região central do ombro (‘2’) – nunca sobre o útero.

Se a grávida estiver no banco traseiro, deve sempre optar pela utilização do cinto de três pontos, não utilizando o cinto do tipo abdominal, ainda encontrado no assento central em um grande número de veículos.

4. O airbag quando acionado é perigoso para as gestantes?

Não. A função do airbag é aumentar a segurança dos passageiros ao ser usado em conjunto com o cinto de segurança. O impacto é melhor distribuído sobre o corpo quando ele infla, não se concentrando sobre a criança e protegendo a gestante.

Mas, lembre-se: para que o airbag aja com eficácia, sem risco para a motorista, é preciso ajustar o banco na distância adequada e segura, de forma que o volante fique pelo menos a 25 cm do peito (dica 2) e o cinto esteja corretamente posicionado (dica 3).

Se a coluna de direção for regulável, ajuste na posição em que o volante fique voltado mais para o peito do que para a barriga.

Agora em caso de viagem no banco do carona, coloque o assento ainda um pouco mais para trás - algo perto de 45 cm em relação ao painel.

5. Quanto mais recursos, melhor!

Carros com maior número de dispositivos que deixam a condução mais confortável e segura facilitam a vida da gestante na hora de dirigir.

São recursos que minimizam os esforços da futura mamãe dentro do carro, como troca de marcha automática, posicionamento elétrico dos bancos, vidros e travas elétricas, regulagem elétrica dos retrovisores, direção hidráulica ou elétrica, entre outros.

Cuidados necessários

Remédios x direção

No início da gestação muitas mulheres têm enjoo e tomam medicamentos que provocam sonolência, condição que não combina com o trânsito.

O mesmo acontece com o hormônio indicado pa­­ra as gestantes com risco de abortamento, a progesterona micronizada, ministrada até o terceiro mês de gestação.

Não se deve dirigir nos casos em que a mãe tem pressão alta e o médico prescreve um sedativo que reduz a ansiedade.

‘Kit de sobrevivência’

A gestante deve evitar jejum prolongado (de mais de quatro horas) porque is­­so pode levar à hipoglicemia, que causa vertigem e sonolência.

Calor em excesso e a falta de hi­­dratação adequada são outras condições que reduzem a pressão arterial e provocam os mesmos sintomas. Sempre tenham por perto um “kit de sobrevivência”: barras de ce­­real e água.

Inchaço nos pés

O inchaço nos pés comum no final da gravidez faz com que a mulher deixe de usar calçados presos aos pés, ideais para dirigir. Cuidado, se estiver com chinelo ou rasteirinha, melhor tirar e dirigir descalço. ENo caso

Gestantes também costumam ter câimbras com frequência e, caso isso ocorra enquanto estiverem dirigindo, pare o carro em lugar seguro e fazer movimentos para relaxar a musculatura. O melhor, neste caso, é telefonar para um parente ou amigo que possa lhe prestar um auxílio.

Viagens longas

Grávidas podem fazer viagens de longa distân­cia, mas devem tomar alguns cuidados extras: em função da mudança do eixo gravitacional, a tendência é que a gestante sinta mais dor na coluna. Por isso não é bom permanecer sentada por muito tempo.

As paradas devem ser feitas a cada hora. Nesse momento, a grávida de­­ve sair do carro e andar um pouco. Também são uma boa oportunidade para beber água e, se for o caso, fazer uma refeição leve.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]