• Carregando...

O tema da Campanha da Fraternidade desse ano é a inserção das pessoas com deficiência na sociedade: "Levanta-te e vem para o meio" é o lema. A frase bíblica remete diretamente a um dos maiores obstáculos da população com necessidades especiais, a locomoção. E são as soluções para este problema os temas de reportagens especiais que serão publicadas nesta e nas próximas duas edições do Caderno de Automóveis de domingo.

A série abre hoje com os caminhos para se ter um carro adaptado, segue com a segunda reportagem que traz as tecnologias para o transporte de deficientes em veículos e fecha, na terceira semana, com um raio X do sistema de transporte público para deficientes.

O grande trunfo de um deficiente físico na hora de adquirir um carro é a isenção de pagamento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), que chega a reduzir o preço de um veículo novo em até 25%. Mas para poder dirigir, os portadores de necessidades especiais têm que passar por uma verdadeira peregrinação para tirar a habilitação especial e obter os descontos previstos em lei na compra do carro. A boa notícia é que algumas concessionárias já possuem departamentos de vendas especializados neste público e que se encarregam de boa parte dos trâmites burocráticos da documentação.

"O processo não é difícil, mas é demorado", reconhece a vendedora Noeli Szpack, encarregada do setor de veículos especiais para deficientes da Sulpar, revenda Toyota em Curitiba. "A pessoa vem à concessionária com o laudo do Detran-PR e, no caso dos deficientes que não podem dirigir, com a apresentação dos documentos do condutor. O resto nós fazemos", explica. Desde a entrada da documentação até o carro estar liberado a demora é de cerca de 90 dias.

O passo seguinte é encaminhar o carro para as adaptações necessárias de acordo com a necessidade de cada um. Em Curitiba existem duas oficinas especializadas, a Mecânica Beto e a HN Adaptações. O veículo também precisa passar por uma inspeção por empresas credenciadas pelo Inmetro. Só depois do carro será liberado para circulação.

"As dificuldades que temos enfrentado é com a parte burocrática do governo estadual para a isenção do ICMS e um detalhe na lei para carros que não são dirigidos pelo deficiente. A nota fiscal deve sair em nome do deficiente que vai ser transportado e muitas vezes trata-se de crianças. Aí fica difícil fazer o financiamento no banco", conta Noeli Szpack.

Opções

As isenções de IPI e ICMS garantem aos deficientes bons descontos na hora de comprar um carro zero-quilômetro. No caso da Toyota, o modelo mais vendido, o Corolla 1.6 XLI, tem uma redução de 25% em seu valor. Seu preço normal é de R$ 57 mil, na Sulpar. Com as isenções, a despesa cai para R$ 42,7 mil.

A Honda também tem um modelo especial para deficientes, mas o carro só estará disponível em agosto devido à recente reestilização. É o novo Honda Civic. A demora se deve ao fato de que a versão normal vem com um motor de 140 cv, mas a legislação limita a potência dos carros adaptados em 127 cv. "A procura pelos modelos da Honda por parte das pessoas portadoras de deficiência é alta. Vendemos em média 15 carros por mês", afirma Edenilson Reinhardt, supervisor de vendas da Niponsul, revenda Honda em Curitiba. Entre os modelos mais procurados estava o Civic LX CVT, que na versão antiga custava R$ 52,3 mil, mas com as isenções saia por R$ 38,2 mil. A Niponsul também tem um departamento especializado em encaminhar a documentação para obter as isenções de impostos. O tempo de espera também é em torno de 90 dias.

A Fiat possui um programa especial para atender aos deficientes, batizado de Autonomy. Rogério Moraes, vendedor da Barigüi Veículos de Curitiba, conta que a concessionária tem em média 20 pedidos por mês. "Nós orientamos o cliente o caminho a ser percorrido e dependendo das condições oferecemos ainda outros tipos de desconto", explica. Um Fiat Mille, por exemplo, que tem o preço normal de R$ 21,4 mil sai por R$ 17,4 mil.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]