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“No Brasil, a gente tem de aprender isso: mais importante do que o discurso é a prática”, diz João Amoêdo
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Confira as principais frases e o vídeo completo da entrevista de João Amoêdo, pré-candidato à presidência pelo partido Novo:

 

A grande maioria das pessoas não se sente representada pelos partidos que estão aí e, no entanto, não conseguem montar porque a burocracia é muito grande.

As pessoas querem renovação na política, querem algo diferente e essa foi, desde o início do processo, a proposta do Novo. Primeiro: uma montagem com gente da sociedade civil, sem estar ligado a nenhum partido, sem estar ligado a nenhuma igreja, a nenhum sindicato. Segundo: o desejo de devolver o poder para as pessoas. (…) Terceiro: contra privilégios.

O Novo tem que ser uma instituição, baseada em ideias, a gente não acredita em um salvador da pátria, coisa que a gente sempre vê no Brasil: chegou o fulano, que vai resolver os nossos problemas. E, muitas vezes, está aí há muitos anos a grande maioria deles e não resolveu. Por que agora, de repente, essa pessoa que está aí há muito tempo e não resolveu vai resolver? Não vão.

Acho que é muito diferente do dia-a-dia dos outros partidos, onde a pessoa na verdade tem uma legenda, se elege e, a partir daquele momento em que ele se elegeu, ele cuida do negócio dele, muitas vezes independente do partido.

Eu até imagino que, no caso do PT, em algum momento, ele era uma instituição, ele tinha uma coisa mais alinhada, só que, em algum momento, ele caiu numa armadilha de, ao invés de ter como base princípios e valores, elegeu um salvador da pátria. (…) Essas coisas não funcionam.

A gente não consegue planejar, não consegue crescer porque é sempre aquele planejamento de curto prazo visando os interesses daquele pequeno grupo de imediato.

No Brasil a gente precisa de gente que tenha visão para mudar o modelo de Estado.

Esse conceito de que eles vão eleger um gestor que vai cuidar da vida dele está errado. (…) As pessoas têm de cuidar da própria vida, o Estado não pode atrapalhar.(…) O nosso conceito é diferente, é dizer para as pessoas: você é o gestor da sua vida, eu estou aqui para fazer o mínimo, não atrapalhar e deixar você ser o gestor da sua vida.

Porque esse modelo está aí hoje? Porque ele concentra privilégios numa classe política e econômica e ninguém quer mudar isso.

Quando eu me aproximei de alguns políticos, a conclusão imediata foi: não dá para mudar o modelo, fazer uma mudança estrutural, se a gente não tiver novas lideranças.

O poder não está nas pessoas em Brasília, o poder está no nosso voto, no voto de cada brasileiro. Somos nós que colocamos lá o Sérgio Cabral, a Dilma, o Zé Dirceu, o Renan Calheiros. Não foram eles que se juntaram e foram para lá sozinhos.

Existe esta demanda da população ir para a política e a primeira providência que a gente precisa fazer é justamente atacar essa ideia de quem tá indo para a política tá fazendo porque quer se aproveitar.

Só na rua, sem ter as pessoas adequadas lá (no poder), a gente não vai mudar as coisas.

É um castelo de privilégios, por isso que a conta do Brasil não fecha.

O momento é esse, a gente tem de fazer uma faxina na turma que está aí.

As pessoas têm a percepção de que esse dinheiro do tesouro dá em árvore, às vezes. Então, elas não estão entendendo que isso está saindo do bolso delas.

O sucesso é malvisto, o bom é o vitimismo. Não é assim que a gente vai produzir uma sociedade que vai prosperar. O sucesso só é ruim quando ele é produzido de forma indevida.

O vitimismo, você tem de ajudar a pessoa, mas isso não pode ser um objetivo de vida.

Uma coisa é uma pessoa com quem você gostaria de ter uma conversa em um bar, outra coisa é uma pessoa que você gostaria de convidar para sair, para conversar, para fazer uma atividade; outra coisa é uma pessoa que você gostaria que estivesse ali para administrar. A gente tem de fazer essa separação para depois não se arrepender.

No Brasil, a gente tem de aprender isso: mais importante do que o discurso é a prática.

Muita gente faz pesquisa para saber o que as pessoas querem ouvir, ao invés de falar o que acreditar ser correto.

Você identificar o tamanho do Estado é difícil, até porque isso muda com o tempo. Quando menor, melhor.

A única certeza que a gente tem hoje é de que o Estado brasileiro está muito acima do que ele tem de ter em tamanho.

Um governo que não consegue gerir a educação, a saúde e a segurança precisa estar fazendo entrega de correspondência, gerindo banco e extração de petróleo?

A gente tem de ter cuidado para, quando privatizar, não transferir alguns monopólios que são da área estatais para a área privada. 

Os privilégios são enormes, desde a presidência da República, que custa quase R$ 600 mi por ano, mais até do que custa a monarquia do Reino Unido, 60% a mais, até a questão da Previdência, que você tem uma distorção enorme, quer dizer, alguém da iniciativa privada ganhando na média R$ 1,2 mil e, quando você vai para o setor público, os salários oscilam de R$ 9 mil a R$ 30 mil.

A gente tem de lembrar nas eleições que o que a gente está colocando no poder são funcionários públicos e não uma casta de privilegiados.

O Novo não tem problema em vir a fazer coligação, está até previsto no estatuto do partido. A única coisa é o seguinte: a gente não vai fazer coligação por conta de tempo de televisão, vai ser por conta de valores, uma pauta mínima.

O Brasil necessitará passar por uma mudança do modelo de Estado brasileiro. (…) A pergunta que fica é se será agora ou se será mais para frente.

Eu acredito na vontade da grande maioria do povo brasileiro de buscar autenticidade. O que a gente vai vender para as pessoas, o que a gente vai colocar, porque a gente acredita, é autenticidade do discurso. Quantos vão comprar? Difícil dizer, tá certo? Mas, assim, o momento é oportuno. 

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