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PT e PSDB tentam reviver rivalidade, mas tem um Bolsonaro no meio do caminho
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Na reta final da campanha, PT e PSDB tentam transpor a rivalidade conhecidíssima em SP para o cenário nacional, mas tem um Bolsonaro – e um Brasil inteiro – no meio do caminho. Como Lula, preso, não pode concorrer a presidente, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, agora desafia o padrinho político e inventor de João Doria, que lhe tirou a reeleição no primeiro turno.

Mas entre o petista e Geraldo Alckmin há muito mais que São Paulo em jogo e os dois estão na rabeira de uma disputa liderada por Jair Bolsonaro, ancorada mais na rejeição que na escolha ou na esperança e marcada pela disputa violenta e pela vergonha de assumir qual candidato realmente é o escolhido.

Fernando Haddad acaba de assumir a chapa e pretende ser um híbrido de sua própria personalidade com a de Lula. Seu nome, que só entra na disputa agora, ainda é desconhecido fora do pólo mais gourmet do país. Em um evento de campanha pelo nordeste, foi chamado de “Andrade”, o que motivou o PT a criar um vídeo ensinando as pessoas a falar o nome do candidato menos de um mês antes das eleições.

No vídeo, o candidato é chamado de Hadálio, Haider, Hadi e Hádila até que alguém acerta a pronúncia e a coisa toda evolui para um sambinha e engata em uma mãe num sofá explicando para duas crianças que “Haddad é Lula e Lula é Haddad”. O menorzinho repete. O vídeo abusa dos recursos de memes e montagens, fica um clima entre a juventude do MBL e a tentativa de juventude de Henrique Meirelles.

Se alguém vai aprender o nome de Fernando Haddad com o videozinho não sabemos ainda, mas é fato que a peça tenta escapar pela fresta da decisão da Justiça Eleitoral que impede o uso do nome de Lula, impedido de ser candidato, em qualquer propaganda eleitoral do PT. Essa tem a desculpa: o povo está errando o nome, chama de Andrade, precisamos dizer que está no lugar do Lula. Aguardemos o desfecho.

Enquanto isso, Geraldo Alckmin ressuscita a rivalidade PT x PSDB pregando voto útil já no primeiro turno. O raciocínio é baseado na alta rejeição de Jair Bolsonaro. Alckmin diz que, com Bolsonaro e o PT é assim: “Você vota em um e elege o outro”. Como? Entenda pela série de tweets do candidato.

Geraldo Alckmin tenta relacionar todos os outros candidatos que derrotam Bolsonaro em um segundo turno ao PT, então se coloca como a única alternativa para que o PT não volte ao poder. Votar no candidato do PSL seria passaporte automático para qualquer outro candidato ligado ao partido vencer no segundo turno.

A primeira reação tem sido uma matemática criativa em que, mesmo com rejeição de metade do eleitorado, o candidato tem chances de vencer no primeiro turno. É algo que se espalha rapidamente nesse mundo de redes sociais.

Não dá para saber ainda se a tentativa de rivalização entre tucanos e petistas vai colar nem se vai surtir algum efeito fora de São Paulo. Falta menos de um mês para as eleições. O líder das pesquisas não pôde concorrer porque está preso, o vice-líder sofreu um atentado e está no hospital sem previsão de alta e os dois principais partidos do país estão na rabeira, de acordo com as principais pesquisas, tentando levantar vôo.

Serão 3 semanas emocionantes.

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